Editorial

Turismo e inclusão: Ilha do Mel e recepção a pessoas autistas no litoral

O sucesso do projeto "Ilha do Mel – primeira ilha turística adaptada à Pessoa Autista no Brasil" é evidente, executando na prática a inclusão em um espaço turístico que é o terceiro mais visitado do Paraná. Tanto é que a idealizadora Dayanny Feitoza está concorrendo ao Prêmio Nacional do Turismo 2023

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Atrair turistas não é uma atividade fácil. Exige investimento, qualificação e chamarizes, algo que temos em todo o litoral do Paraná, com pontos turísticos, históricos e naturais únicos, bem como com trabalhadores do setor empenhados em se qualificar e recepcionar visitantes. Entretanto, é sempre necessário evoluir para crescer, algo exemplificado com o projeto “Ilha do Mel – primeira ilha turística adaptada à Pessoa Autista no Brasil”, desenvolvido também por meio do  “Selo de Empresa Amiga da Pessoa Autista”, iniciativa desenvolvida na Ilha do Mel pela Associação Brasileira das Ilhas Turísticas (Abitur), Ico Project, Onda Autista, com apoio do Governo do Estado e Prefeitura de Paranaguá.

A ideia surgiu da turismóloga parnanguara Dayanny Feitoza e permitiu que a Ilha do Mel se tornasse a primeira ilha inclusiva para pessoas autistas do Brasil, algo executado junto a estabelecimentos comerciais, hotéis e pousadas da localidade. A iniciativa é uma forma não somente de pensar o turismo como uma atividade econômica, mas também em focar na inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Cursos e mentorias foram feitos junto a empreendedores da Ilha do Mel, realizando adaptações necessárias para acolher este público. 

O sucesso foi evidente, executando na prática a inclusão em um espaço turístico que é o terceiro mais visitado do Paraná. Tanto é que a idealizadora Dayanny Feitoza, que é mestra pela UFPR em Turismo, está concorrendo ao Prêmio Nacional do Turismo 2023. Ela é a única representante do Estado no prêmio que prestigia a inovação no setor turístico nacional. Apesar do alcance nacional, a ideia surgiu dentro de casa, através do filho de Dayanny, que recebeu o diagnóstico de autismo, fazendo com que a mãe pensasse “fora da caixa” criando formas dele melhorar suas experiência de lazer e passeio. 

A inclusão não é um favor, ela é uma obrigação, algo que deve ser respeitado por toda a sociedade vigente inclusive por força de Lei. Criar formas de incentivá-la perante empresas, Poder Público e cidadãos, são mecanismos importantes para que haja uma visão ampla de que todos possuem direito à acessibilidade e ao respeito, inclusive no lazer e na busca contínua pela felicidade, algo essencial na vida.

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Leonardo Quintana Bernardi

Jornalista graduado pela PUC-PR com atuação desde 2012 no jornalismo impresso, online e em audiovisual, bem como em assessoria de comunicação. Já trabalhou em órgãos públicos, jornais locais, freelances em veículos de alcance nacional e desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2017. Defensor do jornalismo como meio de transformação social.