Missão Yanomami e o respeito aos povos originários

Até alguns meses atrás, poucas pessoas tinham conhecimento sobre o território Yanomami. Especialmente, na região Sul, tão distante dos Estados do Amazonas e Roraima. Foi só em janeiro deste ano, quando imagens dos povos indígenas que habitam aquela região chocarem o País e o mundo após serem divulgadas que foi possível conhecer mais. Infelizmente, esses povos ficaram amplamente conhecidos não pela sua cultura e modo de viver, mas pela crise sanitária e humanitária a qual foram assolados. 

Doenças e desnutrição atingiram esses povos originários e fizeram com que o País declarasse Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional diante da necessidade de combate à desassistência sanitária dos povos que vivem no território Yanomami. A portaria foi publicada no dia 21 de janeiro e, desde então, missões com equipes de saúde são realizadas para socorrer as famílias desassistidas.

Nesta edição da Folha do Litoral News, um médico natural de Curitiba que atua no litoral do Paraná conta como foi integrar por duas vezes a missão Yanomami, um pouco das suas vivências e o quanto o homem branco ainda precisa respeitar os povos originários.

O assunto envolve muito mais do que as missões para salvar aquela população, que são muitos e em regiões muito distantes em meio a floresta, é também sobre respeitar culturas diferentes, acolher seres humanos que precisam de ajuda e exercer a medicina em meio a uma realidade totalmente distinta do habitual. 

Também envolve questões sobre a ganância do homem branco com a presença do garimpo ilegal, que impactou e ainda impacta de maneira drástica a vida no território Yanomami. Portanto, relatos como o do médico relembram a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), e também dos povos isolados e do respeito às origens e à natureza.