A paralisia infantil, ou poliomielite, não é registrada no Brasil desde 1989. Desde a década de 1960, a vacina é aplicada no País, instrumento fundamental para a erradicação da doença. No entanto, os órgãos de saúde têm registrado queda de coberturas vacinais desde 2015. A preocupação agora é que a doença volte a assolar a população com o ressurgimento de casos em locais em que a doença já estava erradicada, como Estados Unidos, Malawi e Israel.
De acordo com o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, estima-se que três em cada 10 bebês brasileiros nascidos em 2021 não tomaram as doses da vacina intramuscular contra a pólio, previstas para os 2, 4 e 6 meses de idade. A proteção contra a doença também requer doses em gotinhas aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
No ano passado, somente 54% das crianças completaram o esquema vacinal, enquanto a meta que deve ser atingida para garantir a imunidade coletiva é de 95% das crianças vacinadas.
No litoral do Paraná, a mobilização é para que os pais procurem pelas unidades de saúde durante o período de campanha, que segue até o dia 9 de setembro, para que as doses aplicadas alcancem o público-alvo e a doença permaneça distante da população. Isso porque, desde o início da campanha, apenas 20% das crianças menores de cinco anos receberam o imunizante nos sete municípios da região. Índice abaixo do esperado no que se considera seguro para a cobertura vacinal.
O motivo apontado por especialistas pela baixa adesão é a sensação de segurança em relação a uma doença na qual não se há mais notícia. Mas, vale lembrar que isso se deve justamente a campanhas de vacinação realizadas no passado e a distribuição gratuita das doses pelo Programa Nacional de Imunizações e, por isso, se faz tão relevante nos dias de hoje.