Há situações que noticiamos com tristeza e reflexão, é exatamente este o caso do luto oficial decretado pelo governador Ratinho Júnior pelas 30 mil vidas paranaenses perdidas para a Covid-19. Segundo os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), ao todo, desde março de 2020, início da pandemia, morreram no Estado 30.098 pessoas devido ao Coronavírus. Com população no Estado de 11.516.840 habitantes, a cada 382 paranaenses, um deles foi levado embora pelo vírus que segue ceifando vidas, afetando diariamente milhares de famílias em todo o Estado, incluindo no litoral.
A postura do Governo do Estado é de sensibilidade diante da rotina de morte enfrentada pela população paranaense devido à pandemia. Decretar luto oficial é uma forma de respeito, de não negar a crise sanitária que estamos vivendo e de demonstrar que é papel de todo governante se colocar no lugar de cada cidadão, viver o luto com cada família e compreender de que é nos momentos difíceis que precisamos ainda mais de representantes políticos presentes, que não relativizam o sofrimento do seu próprio povo.
Este editorial não é de elogio gratuito, é de reflexão e tristeza. Em um momento tão crítico como o que vivemos, deveria ser normal ver governantes fazendo o seu papel, prezando pela ciência e pela vacina, lamentando mortes de sua população. O enfrentamento digno à pandemia está muito acima do que qualquer bandeira política, crença religiosa ou opinião, ela é uma política pública que preza pelo que temos de mais valioso: a vida.
Todos nós estamos, e se não estamos, deveríamos estar comovidos com as mortes que aconteceram e acontecem devido ao Coronavírus. No mundo, 179 milhões morreram devido à Covid-19. No Brasil, mais de 504 mil cidadãos perderam suas vidas para o vírus. Esta é uma página triste da história que, infelizmente, a nossa geração está passando, mas que irá ser virada em breve. Para isso, a vacina será essencial, assim como a prevenção à Covid-19 com uso de máscara, distanciamento e higiene. Após a superação da pandemia, a morte dos nossos deverá ser lembrada com respeito e luto, a vida deverá sim ser celebrada, mas o rumo individualista e de desdém à ciência que é adotado por parte da humanidade precisará ser revisto urgentemente.