Economia Paralisação dos Caminhoneiros

Prateleiras de hortifrúti estão vazias nos supermercados de Paranaguá

Prateleiras de legumes e verduras foram as primeiras a sentirem efeitos da paralisação

Associação Paranaense de Supermercados manifesta preocupação com abastecimento

Desde a quarta-feira, 23, consumidores de Paranaguá e do litoral estão percebendo que as prateleiras de verduras e legumes em supermercados estão vazias. Por enquanto, a falta de demanda só atinge os produtos perecíveis, mas a Associação Paranaense de Supermercados (APRAS), apesar de respeitar e considerar a paralisação dos caminhoneiros como legítima, destacou que já manifesta sua preocupação com as consequências do bloqueio da BR-277 e de outras vias federais e estaduais, algo que já afetou o abastecimento de gêneros básicos como os de perecíveis, e poderá em um curto espaço de tempo atingir a oferta de carne, laticínios e outros produtos resfriados como o frango.

Em nota, a APRAS destacou que considera legítima a manifestação dos caminhoneiros “contra os constantes aumentos nos preços dos combustíveis e se solidariza com a classe”, explica a entidade. Manifestando sua preocupação com o abastecimento de produtos perecíveis, carne e laticínios, a associação afirma que “mesmo com o esforço do setor de supermercados para garantir o perfeito abastecimento da população, empresas filiadas à APRAS reportaram que já começam a ter seus estoques de produtos comprometidos”, completa.

“A APRAS, em sintonia com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), alerta as autoridades do Paraná e do Brasil para que negociem o mais rápido possível com os manifestantes a adoção de providências de curto prazo que permitam a circulação de veículos de cargas perecíveis. Ao mesmo tempo, conclama para que o diálogo prossiga e que permita o perfeito restabelecimento dos fluxos de logística no País, evitando que a população sofra com a falta de produtos de necessidades básicas”, afirma a nota da entidade. 

HORTIFRÚTI 

O gerente de um dos supermercados localizados no centro de Paranaguá, destacou que os consumidores que se deslocam ao mercado percebem claramente a falta de produtos, principalmente nos itens perecíveis como vegetais e legumes. “O impacto maior é nos produtos perecíveis, no setor hortifrúti, o segmento de aves ainda conta com um estoque mais longo. Isto é questão não de desabastecimento, a rede tem condições de abastecer, mas a questão é da estrada. Se o caminhão sair do Centro de Distribuição (CD) em Curitiba ele vai ficar no meio da estrada e não vai fazer a entrega. O supermercado se resguarda, respeitando a paralisação, não saindo os produtos do CD”, explica, ressaltando também a falta de gás.

“Um caminhão nosso de hortifrúti está desde a manhã da terça-feira parado na BR-277. Ele provavelmente vai retornar a Curitiba”, explica. “Não temos posição definida, temos que aguardar. A partir do momento que a estrada for liberada, nossa retaguarda está preparada para abastecer as lojas, são sistemas que temos diários de reposição, os caminhões estão prontos. No mesmo dia ou no dia seguinte já está pronta a reposição. Temos um sistema eficiente”, complementa o gerente. 

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Gerente de supermercado central de Paranaguá afirma que, caso paralisação seja encerrada, produtos perecíveis poderão ser repostos rapidamente no dia seguinte

Sobre os preços aumentarem ou não, ele acrescenta que é difícil prever tal fato. “Pegamos o preço pronto, que já está definido via sistema, baseado em nota de custo. Não dá para dizer se vai subir ou baixar, provavelmente de início terá um preço médio, normalizando posteriormente”, acrescenta. “Que a paralisação acabe logo, se resolva da melhor maneira possível. É uma movimentação em prol de todos, não só dos caminhoneiros. Vemos a correria com gás e combustível, algo que infelizmente ocasiona aproveitadores com preços absurdos”, finaliza. 

CONSUMIDORES APOIAM PARALISAÇÃO

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Elviro Soares Filho destaca apoiar paralisação e que falta parcial de produtos nos mercados é mal necessário

Elviro Soares Filho, aposentando, morador na Costeira, afirma que, apesar da falta de produtos principalmente no setor de hortifrúti, a paralisação é necessária para a redução do preço de combustível e de produtos no País. “Precisamos desta paralisação. Estão de sacanagem com a gente, com o preço do combustível. Afeta quem precisa de condução para trabalhar. É a hora do povo chegar junto, o que deve continuar também nas eleições em outubro”, comenta.

“É um mal necessário a falta de produtos, algo que é geral, para restaurantes e estabelecimentos. O culpado de tudo isso é o governo. Todo mundo sofre”, ressalta. “Que tudo se acerte e que volte ao normal o mais rápido possível. Que as demandas sejam atendidas e as coisas se resolvam”, finaliza Elviro Filho.
 

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