O Paraná já é o segundo maior produtor de leite do País, ultrapassando o Rio Grande do Sul, que ocupava essa posição até 2014. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que divulgou na semana passada o ranking da produção nacional de leite, por Estado, relativo ao ano de 2015.
Segundo o levantamento do IBGE, o Paraná produziu 4,66 bilhões de litros de leite, 60 milhões de litros a mais que o Estado vizinho, que produziu 4,59 bilhões de litros de leite. O maior Estado produtor do País continua sendo Minas Gerais, com uma produção de 9,14 bilhões de litros de leite por ano.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, lembra que o Paraná vem investindo nos últimos anos para fortalecer a cadeia produtiva do leite. Segundo ele, com estes números o Estado se consolida como o maior produtor da região Sul do País, que tem uma produção, somando os três Estados, de 12,32 bilhões de litros por ano. O Paraná participa da Aliança Láctea do Sul, que visa a consolidar a cadeia produtiva, com produtos de qualidade com o objetivo da exportação.
Para Ortigara, são vários os fatores que contribuem para esse resultado. Graças a incentivos do Governo do Estado, a bacia leiteira do Sudoeste se tornou a maior do Paraná em produção. Na região do Arenito, a atividade se tornou alternativa de renda nas pequenas e médias propriedades, que antes tinham pastagens degradadas. E até o programa Leite das Crianças, criado para atender à questão social das famílias carentes, gera uma demanda diária que fortalece a atividade.
Além disso, disse o secretário, o Governo incentiva a produção e a sua qualidade, sempre tendo a região de Castro como parâmetro a ser seguido. Segundo Ortigara, o leite produzido em Castro é disputado por laticínios de outros Estados, que valorizam a qualidade do produto desta bacia leiteira para derivados lácteos de elevado padrão.
Toda a produção de leite da Colônia Witmarsum, radicada no município de Palmeira, entre Ponta Grossa e Curitiba, é destinada à produção de queijos finos. Essa atividade agrega valor à produção e incentivou muitos produtores que tinham abandonado a atividade, a retornar.
Outro investimento que está contribuindo para esse resultado – ressaltou Ortigara, é treinamento e capacitação de produtores. O Centro de Treinamento da Produção (CTP), entidade ligada à Fundação ABC, de Castro, e o Senar Paraná treinaram muitos criadores a produzir com qualidade, inclusive da região Sudoeste, que se destaca como a que mais produz leite no Estado.
LEITE SUDOESTE
A região Sudoeste, com 42 municípios, já produz cerca de um bilhão e 200 milhões de litros por ano. A região, típica de pequenos produtores, já havia identificado na atividade oportunidades para gerar renda, emprego e viabilizar as pequenas propriedades. Aproveitando esse potencial, a Secretaria Estadual da Agricultura e a Emater criaram o programa Leite Sudoeste, que é um projeto de fortalecimento da atividade leiteira.
O Leite Sudoeste, implantado em 2015, envolve um leque de ações desenvolvidas em parcerias com entidades públicas e da iniciativa privada com as 42 prefeituras da região. A Secretaria liberou R$ 1,18 milhão para instalação de 294 Unidades de Referência, sendo sete por município.
O programa está previsto para ser executado até 2018. Em pouco tempo já foi possível identificar que a produtividade média do rebanho leiteiro da região avançou 20%, passando de uma média de 11,5 litros por vaca/dia para 14,4 litros por vaca/dia, segundo acompanhamento da Emater.
O programa oferece treinamento e capacitação aos produtores, em parceria com entidade da iniciativa privada, e também orienta sobre instalação de equipamentos de ordenha, sanidade animal, gestão, nutrição, produção de pastagens e o melhoramento genético dos animais.
LEITE ARENITO
O Governo do Estado já investiu mais de R$ 4 milhões no programa Leite Arenito, que envolve 21 municípios da região Noroeste. O programa, também em parceria com Emater e iniciativa privada, canalizou os recursos para atender à questão da alimentação dos animais, para melhorar a qualidade do leite. Por meio do programa, os produtores se adequaram às exigências da sociedade e das Instruções Normativas do Ministério da Agricultura.
O aporte financeiro apoiou a compra de equipamentos por parte de organizações de produtores ou cooperativas. Com equipamentos apropriados e orientações de manejo, houve acréscimo de 28% no leite produzido na região, atestou o Departamento de Economia Rural (Deral).