Direito & Justiça

Projeto de lei pode autorizar a presença de doulas nas maternidades do Paraná

Profissional atuante no litoral explicou os benefícios que a mudança pode trazer

presença de doulas

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O Paraná está em fase de aprovação e regulamentação da Lei Estadual 388/2020, a qual permite a presença de doulas dentro dos hospitais e maternidades. Na manhã de terça-feira, 29, foi realizada, de forma remota, uma audiência pública com a participação de deputados do Paraná e de mulheres, especialistas e doulas, que relataram a importância destas profissionais no momento e no pós-parto. 

Desta forma, aos poucos, as gestantes têm conhecido mais sobre a atuação dessas profissionais, como explicou a doula Milena Becher Welter, que atualmente trabalha on-line com as gestantes no litoral do Paraná, levando informações e conscientizando sobre o parto humanizado. “Hoje, já obtemos mais informações e lutamos por este direito que cabe a todas nós, mulheres, de ter um parto mais consciente, respeitoso e humanizado”, afirmou Milena.

No entanto, o cenário hoje ainda é marcado pela ausência de amparo e entendimento. “Ainda não temos esta permissão, não temos o direito a entrar em uma maternidade e acompanhar esta gestante e família de forma livre e autônoma. Como doula, sei dessas necessidades para hospitais e maternidades do litoral e, por isso, estamos buscando este reconhecimento profissional e também o direito da mulher, dentro da perspectiva de que ela pode fazer a escolha de ter uma doula que lhe acompanhará em seu parto de forma segura e natural”, disse Milena.

O projeto de lei, se aprovado, permitirá a presença das doulas durante todo o período de trabalho de parto e pós-parto imediato, sempre que solicitadas pelas gestantes em maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares congêneres, da rede pública e privada do Paraná.

Milena contou que um movimento teve início na região neste ano com a chegada da proposta da Associação de Doulas de Curitiba e Região Metropolitana (ADOUC), que atualmente procura estender a atuação para todo o Paraná.

Qual o papel das doulas?

O termo começou a ser mais utilizado nos últimos anos. Um dos facilitadores para isso acontecer é o acesso às informações, o que possibilita que as mulheres estejam mais conscientes quanto a suas escolhas em relação ao parto. 

(Foto: Pixabay)

“Este termo está sendo mais usado, pois nosso índice de cesárea no Brasil é alto, 85% conforme a OMS (Organização Mundial da Saúde). Em outros países, o parto é visto de forma mais humana e natural, não sendo o parto cesárea um instrumento de comércio e sim de necessidade”, abordou Milena.

De acordo com Milena, a palavra doula vem do grego e significa “a mulher que serve”. “O termo é destinado para se referir à mulher que acompanha uma gestante durante suas fases de transformação, essa vivência de experiência da maternidade intensa através do afloramento hormonal. Oferecemos acolhimento, encorajamento, levamos um suporte físico e emocional e proporcionamos informações e conhecimento da fisiologia natural do parto, deixando esta gestante e família mais tranquilas”, disse Milena.

As doulas partem do princípío de que cada mulher é diferente e, consequentemente, cada trabalho de parto também será.

“É um momento muito vulnerável. Com a presença de uma doula a parturiente se sente segura por sua escolha e permite que seu parto aconteça em um ambiente adequado, mais respeitoso para a chegada deste bebê”, afirmou Milena.

Entre as técnicas utilizadas pelas profissionais está o plano de parto, massagens, utilização de bola suíça, respiração guiada, vocalização, banhos, aromaterapia, acolhimento, incentivo emocional e técnicas de alívio à dor.

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