Em painel composto apenas por mulheres, o tema “Mulheres na política: avanços e desafios para a igualdade de gênero nas Eleições” foi debatido na tarde de quinta-feira, 13. Estiveram presentes as advogadas Cristina Neves e Juliana Freitas, e a desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) e primeira mulher a presidir o Tribunal Regional Eleitoral no mesmo Estado (TRE-RS), Elaine Harzheim Macedo. A mediação ficou por conta da advogada Débora do Carmo Vicente.
A realidade da representatividade feminina na política brasileira está longe do aceitável e mais distante ainda do ideal. Nas últimas eleições, apenas 18% dos cargos disputados no País foram ocupados por mulheres. O problema é questionado por Elaine, que aponta que o Brasil é um país feito de homens na política. “A lacuna da representatividade feminina é um fato incontestável, os números falam sobre si”, disse Elaine.
Os desafios enfrentados ultrapassam o mero cumprimento do mínimo estabelecido por lei de 30% de presença feminina entre as candidatas dos partidos políticos. As mulheres são maioria na população brasileira, maioria no eleitorado, mas ainda enfrentam barreiras na busca por serem ouvidas. Para Cristina, o problema ultrapassa o campo político. “Na sociedade, no Direito, na política, as mulheres sempre foram excluídas”, disse Cristina.
A violência contra a mulher na política é apenas uma das frentes que assola a comunidade feminina no Brasil. Juliana reforça a dificuldade de combater as adversidades impostas às mulheres, para ela, “são múltiplas camadas de violência, e por vezes, o principal violador é o próprio Estado”.
Da Assessoria CBDE