Direito & Justiça

Golpe do falso advogado preocupa empresários no litoral do Paraná

Especialista orienta população a redobrar cuidados

Casos têm sido confirmados nas cidades do litoral do Paraná (Imagem criada por IA)

Casos têm sido confirmados nas cidades do litoral do Paraná (Imagem criada por IA)

Um golpe cada vez mais comum tem causado prejuízos a empresários e cidadãos do litoral do Paraná. Trata-se da ação de criminosos que se passam por advogados, utilizando informações reais de processos judiciais para enganar as vítimas. O alerta é do advogado Dr. Daniel Gilberto Lemos Pereira (OAB/PR 25.947), que tem acompanhado casos recentes e orienta a população sobre como se proteger dessa nova modalidade de estelionato.

Criminosos usam dados reais para aplicar o golpe

Segundo o Dr. Daniel, os golpistas agem de forma organizada, obtendo acesso indevido a informações sigilosas de processos judiciais, como números, valores a receber e o nome do advogado responsável.

“Com esses dados, eles criam perfis falsos no WhatsApp, utilizando a foto do profissional, e entram em contato com o cliente. Normalmente afirmam que há um valor a ser liberado, mas que é preciso pagar custas ou taxas antecipadas. Como o processo realmente existe, muitos acreditam e acabam transferindo dinheiro aos criminosos”, explica o advogado.

Sinais de alerta: atenção aos detalhes

Dr. Daniel destaca que há sinais claros de que o contato pode ser falso. “Um indício comum é o número de telefone ser diferente do habitual do advogado, embora o perfil use a mesma foto. Além disso, o golpista sempre pede dinheiro com urgência, para contas de pessoas físicas, e utiliza mensagens prontas e tom alarmista”, alerta.

Esses detalhes, segundo o advogado, devem servir como alerta imediato para evitar cair na armadilha.

Casos já registrados e golpe em expansão

De acordo com o advogado, há vítimas confirmadas no litoral. “Eu mesmo já atendi clientes que, acreditando na mensagem, fizeram depósitos a criminosos. No meu escritório, diversos perfis falsos de WhatsApp foram criados nos últimos meses, e vários colegas advogados relatam exatamente a mesma situação. Trata-se de um golpe em expansão, e o número de vítimas pode crescer se não houver conscientização”, afirma.

Como se proteger e confirmar informações

A principal recomendação é verificar sempre a autenticidade do contato antes de qualquer pagamento. “O cliente deve ligar diretamente para o escritório do advogado, nos telefones de contato que já possui, ou comparecer pessoalmente. Nunca faça PIX ou depósitos em contas estranhas sem confirmar a veracidade da solicitação. O cuidado e a cautela são a principal proteção”, orienta o Dr. Daniel.

O alerta é do advogado Dr. Daniel Gilberto Lemos Pereira sobre fraudes que utilizam dados reais de processos judiciais (Foto: Divulgação)
O alerta é do advogado Dr. Daniel Gilberto Lemos Pereira sobre fraudes que utilizam dados reais de processos judiciais (Foto: Divulgação)

Ele lembra que é possível checar se um profissional é inscrito na OAB por meio do site oficial da instituição. “É possível consultar gratuitamente no site da OAB. Mas é importante frisar: esses golpes geralmente são praticados por criminosos que não são advogados, mas sim estelionatários experientes e com grande poder de convencimento. Por isso, mesmo que usem dados de um advogado verdadeiro, o contato não é legítimo”, reforça.

Prejuízos financeiros e emocionais

As consequências desse tipo de fraude vão além das perdas financeiras. “O principal prejuízo é financeiro, muitas vezes com valores expressivos pagos a golpistas. Além disso, há impacto emocional — a sensação de engano e insegurança — e, no caso das empresas, danos de confiança e credibilidade dentro da própria equipe”, explica o advogado.

Em caso de golpe, a vítima deve registrar boletim de ocorrência, guardar todas as provas (como prints e comprovantes de transferências) e comunicar o banco para tentar reverter o valor, especialmente em casos de PIX. “Também é recomendável informar o verdadeiro advogado para auxiliar nos encaminhamentos”, acrescenta.

O que diz a lei?

A legislação brasileira prevê pena de detenção para quem se passa por advogado sem habilitação, configurando os crimes de exercício ilegal da profissão e estelionato. “A lei prevê o crime de exercício ilegal da profissão e também estelionato, podendo resultar em detenção. Além disso, quadrilhas especializadas nesse tipo de golpe já estão sendo investigadas e há registros de prisões em diferentes regiões”, comenta Dr. Daniel.

Informação e prudência são as melhores defesas

Para o advogado, a falta de informação ainda é o principal fator que facilita a ação dos golpistas. “Ainda falta muita informação. Muitas pessoas não conferem detalhes básicos e acabam acreditando em contatos falsos. É fundamental sempre verificar se o número de telefone que fez o contato realmente pertence ao advogado, dar preferência para falar pessoalmente com ele e, se possível, comparecer ao escritório para confirmar a autenticidade. Esse cuidado simples faz toda a diferença para evitar cair em armadilhas”, orienta.

Ele encerra a entrevista com um recado direto aos empresários e cidadãos do litoral. “A mensagem é de prudência: desconfie sempre. Muitas vezes o criminoso cria um cenário de euforia, dizendo que o cliente tem valores a receber em uma ação. É exatamente nesse momento, quando a pessoa fica feliz e descuidada, que acaba caindo no golpe. Portanto, nunca se apresse em transferir dinheiro e confirme sempre a informação com o seu advogado de confiança”, finalizou.


Golpe do falso advogado preocupa empresários no litoral do ParanáAvatar de Alex Vizine

Alex Vizine

Formado em Letras e respectivas Literaturas pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (FAFIPAR) em 2014 e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar) em 2018. Desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2020 como coprodutor (MEI), além de atuar com produções audiovisuais e em radiodifusão no litoral do Paraná. Associado ao Rotary Club de Paranaguá Rocio, ministro da Eucaristia e da equipe de liturgia no Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio.

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