Ser mãe, dona de casa e trabalhar fora em meio à pandemia da Covid-19 alterou a rotina de muitas mulheres, trazendo à tona a necessidade de conciliar o trabalho com os cuidados da casa e as atividades com os filhos.
Este é o caso de Patrícia Martins da Graça, professora da rede municipal de ensino, há mais de 23 anos, casada, mãe de dois filhos, Lucas, de 16 anos, e o pequeno Arthur, de dois anos e meio.
Lotada na Secretaria Municipal de Educação, atualmente presta serviço na linha de frente montada pelo município na Estação Ferroviária para a vacinação contra a Covid-19.
“Com o início da pandemia a nossa vida mudou completamente, mudou com os cuidados e a partir do momento que teve início a vacinação e fui chamada para participar, comecei a conciliar a vida particular, que é ser mãe e esposa, dona de casa, com a vacinação e as minhas atividades na educação”, relata, emocionada, ressaltando, ainda, que os cuidados redobraram. “Saio de casa por volta das 6h30, o meu filho mais velho vai para a escola e o mais novo fica com meu esposo, pois o horário do serviço dele é no período da tarde, e estando em casa, ele me ajuda. No período da tarde, minha sogra, minha cunhada ou minha mãe, ficam com o pequeno, pois só retorno entre as 19 e 20 horas. E o cuidado que tenho quando chego em casa é grande, tiro toda a minha roupa, meu calçado e parto direto para o banho, só para depois estar perto dos meus filhos. Apesar de todos os cuidados o medo maior é o de levar a doença para casa, mas temos todos os cuidados”, completa.
Ela comenta que a pandemia também trouxe desafios para a maternidade. “A pandemia nos trouxe muitos desafios, a insegurança e o medo de perder pessoas próximas, pois já perdemos muitos conhecidos, amigas minhas de serviço e mães. Trouxe medo de estar bem, amanhecer bem e à noite estar doente, porque eu já tive essa doença, eu peguei a Covid-19 antes de vir para cá, só não iniciei em fevereiro porque estava com a Covid-19, mas o medo foi enorme de passar a doença para eles em casa, mas graças a Deus conseguimos. Me isolei, fiquei em casa para ninguém mais pegar, e acabou só eu ficando com a doença”, comenta Patrícia.
Sendo o Dia das Mães uma das datas mais especiais do calendário, Patrícia fala das precauções que as pessoas devem tomar para não contrair a doença. “O que nós mais queremos nesta data é a comemoração, mas nós temos que fazer prevalecer a saúde. A saúde dos nossos familiares, das nossas mães, dos próximos e de quem amamos, então temos que manter os cuidados sanitários. Por mais que muitas pessoas estejam vacinadas, temos que continuar a manter esses cuidados com o próximo”, comenta.
Patrícia enfatiza estar feliz em poder estar ajudando o próximo e espera um futuro melhor para todos. “Sei que neste momento estou me dedicando a zelar pelo próximo, pelo futuro deles. Eu tenho a certeza de que isso nos vai interferir também no futuro dos meus filhos, assim como sinto que acabo deixando-os um pouco de lado, mas o que me conforta é que estão em boas mãos, mas o tempo que passo com a família é intenso. Aproveito esta oportunidade para parabenizar todas as mães. Também deixo o recado para quem ainda tiver a sua mãe que a valorize. Neste meu trabalho pude acompanhar de perto que a pandemia trouxe a perda de muitas mães, e sabemos que não é fácil. Precisamos valorizar cada momento, pois o momento que você está vivendo é único. Mas vejo também um momento em que filhos e filhas choram por estar vacinando as suas mães e sabendo que elas estando vacinadas é possível ter um pouco mais de esperança e um tempo a mais de vida. É um momento único, pois cada olhar fica marcado”, finaliza Patrícia, desejando a todos um feliz Dia das Mães, sem esquecer ou deixar de lado todos os cuidados necessários para a prevenção da Covid-19.
