Cultura

Marcos Domakoski

(*Curitiba, PR, Brasil, 1953)

Foto: Polonidade no Brasil

Foto: Polonidade no Brasil

Marcos Domakoski nasceu em Curitiba, em 1953. Filho de Antônio e Henriqueta Domakoski, seus avôs nasceram na Polônia e emigraram para o Brasil. Um deles trabalhou como lavrador na Colônia Santo Inácio, próximo ao Parque Barigui, e o outro como marceneiro na rede ferroviária federal.

A casa onde nasceu, na Rua Júlia da Costa, hoje é sede de sua empresa. Quando criança, jogava futebol na rua, participava de corridas de bicicleta pelas vias do bairro e descia de carrinho de rolimã pela Alameda Dom Pedro II, uma das poucas ruas asfaltadas do Batel de então.

Marcos iniciou seus estudos no Colégio Medianeira, de formação jesuíta. Antes de se formar engenheiro na UFPR, em 1976, foi estagiário da Copel e monitor na UFPR, onde mais tarde seria professor. Foi então que se inscreveu para uma bolsa do Rotary International com o desejo de realizar um sonho: estudar no exterior. Passou dois anos estudando no mestrado em Administração em Edimburgo, na Escócia, em uma das melhores universidades da ilha. Voltando da Europa, passou em concurso na UFPR e começou a lecionar no curso de Administração, onde se aposentou como docente em 2007.

De seu primeiro casamento em 1978 com Celinha Maria Buschle, nasceram os três filhos: Bianca, Henrique e Nicole.

O tato político de Marcos Domakoski é uma herança de seu pai. Quando nasceu, seu pai estava no auge da carreira política, que deslanchava com o apoio do governador Bento Munhoz da Rocha Neto. Antônio Domakoski enfrentou todas as dificuldades da Curitiba do início do século passado, moldando sua vida na lavoura e atrás de balcões de açougues, como funcionário e depois proprietário. A política entrou de vez em sua vida, e parece que também nas veias de seu filho Marcos, a partir de uma nomeação, em 1954, para trabalhar como subdiretor de trânsito. Logo depois, foi nomeado diretor. Em 1956, foi eleito pela UDN em primeiro lugar entre os candidatos à Câmara Municipal, com 1.203 votos.

Depois, levado por diversas circunstâncias, Antônio voltou-se basicamente ao comércio, deixando fortes marcas positivas na cidade. A mãe de Marcos, Henriqueta Domakoski, além de se dedicar à educação dos filhos, sempre ajudou o marido no comércio.

Os Domakoski, na “genealogia da imigração” – se assim se pode dizer –, firmaram-se por sua contribuição no comércio, na política e, de maneira especial, na valorização da imigração polonesa do Paraná.

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Encontro do Papa João Paulo II com a Comunidade Polonesa, no Memorial da Imigração Polonesa, na Casa de Troncos original de colonos poloneses.

Em 1960, os pais de Marcos, em viagem à Polônia, a convite do governo polonês, entraram em uma igreja para encomendar uma missa. Foram atendidos por um sacerdote muito simpático, que depois da missa os convidou para tomar um suco. Era Karol Wojtyla, futuro Papa João Paulo II, que iniciou amizade e troca de correspondência com os Domakoski. Quando Marcos estudava na Escócia, fez uma visita a Roma, onde teve o primeiro encontro com o Papa.

Na visita de João Paulo II ao Brasil, em 1980, o Papa participou de um encontro com descendentes de poloneses no Estádio Couto Pereira, organizado por Marcos Domakoski. Foi nessa ocasião que a casa de troncos original de colonos poloneses, hoje instalada no Bosque do Papa, foi trazida da Colônia Thomaz Coelho. Marcos monitorava o evento de dentro da casinha, usando um rádio comunicador. O Papa receberia simbolicamente pão e sal na porta da casa. Entretanto, João Paulo II resolveu entrar na rústica construção, e acabou encontrando Marcos, que ficou tão nervoso e emocionado que diz não se lembrar nem de que língua usou para falar com o Papa, nem qual o teor da rápida conversa. O fato foi registrado por um cinegrafista da TV Globo e por um fotógrafo do Vaticano – a foto está na capela do Bosque do Papa.

Em janeiro de 2002, quando a família estava em viagem à Itália, recebeu um recado para ligar para o Vaticano. Era um cardeal que já tinham hospedado em Curitiba, convidando-os para uma missa com o Papa. Receberam recomendação de chegar às 8 horas da manhã, entrando pela porta de bronze do Vaticano. Foram recebidos e encaminhados a uma sala na qual tiveram que deixar as pesadas roupas de inverno e todos os aparelhos eletrônicos. Perceberam, então, que estavam na capela privada do Papa, onde, além deles, havia apenas dois bispos franceses e quatro padres alemães. Depois da missa, foram levados à biblioteca onde, pouco depois, entrou João Paulo II. Deu-lhes a bênção e presenteou cada um com um terço. O contato privado com o Papa durou inesquecíveis 15 minutos. O porta-retratos com a imagem do momento tem espaço privilegiado em sua escrivaninha.

Desde 1990, Marcos participa da Associação Comercial do Paraná (ACP) e assumiu sua presidência durante quatro anos (2000-2004). Representou a entidade paranaense em grandes momentos ao lado de chefes de Estado e outras autoridades do Brasil e do mundo, abrindo espaço para a associação nas mais variadas agendas políticas e econômicas, nacionais e internacionais. Também foi membro do conselho deliberativo da Abrapp, Associação Brasileira das Entidades de Previdência Privada do Brasil, tendo participado e palestrado em vários congressos e seminários no Brasil e no exterior.

Em 1999, participou da missão oficial do governo do estado à Polônia, como representante da colônia polonesa no Paraná, a maior do Brasil, quando Jaime Lerner recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Politécnica de Cracóvia.

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Marcos Domakoski com sua mãe Henriqueta Domakoski – em 2002, em São Paulo, por ocasião da condecoração recebida do governo polonês.

Marcos também participou de viagens do governo federal. Foi convidado por Fernando Henrique Cardoso, em 2002, para a comitiva brasileira em visita à Polônia, onde recebeu uma condecoração do governo polonês pelos serviços prestados nas relações entre Brasil e Polônia. Em junho de 2004, ao lado do presidente Lula, participou da conferência da ONU Global Compact Leaders Summit, em Nova York. Fazia parte do comitê gestor no Brasil do Pacto Global da ONU e entregou ao secretário-geral da ONU na época, Kofi Annan, o projeto Mais Curitiba, consolidado pela ACP para apresentar alternativas econômicas e sociais para a cidade. Na gestão de Domakoski é que foi lançado o projeto Centro Vivo, de revitalização e resgate da região central da capital. Em 2005, foi convidado pelo presidente da França, Jacques Chirac, para uma reunião no Palais de l’Élysée, com dezenas de líderes mundiais.

Em 2012, recebeu novamente uma condecoração do governo polonês pelos serviços prestados à comunidade polono-brasileira no Brasil.

É membro fundador da Academia Brasileira Rotária de Letras do Paraná, tendo como paraninfo da cadeira o desembargador Henrique Chesneau Lenz César (1929-2002), que foi presidente do Tribunal de Justiça e é pai de sua esposa, Silvia Maria de Paula César. É também membro fundador da Academia Paranaense de Engenharia, tendo como patrono Affonso Alves de Camargo Netto (1929-2011).

Em setembro de 2013, passou a administração da MDD Comércio e Representações de Papéis aos herdeiros para assumir a diretoria de gestão empresarial da Copel, empresa onde iniciou sua carreira profissional. O retorno à Copel foi de saudosismo e de muito sucesso, dando mais brilho à trajetória profissional de Marcos Domakoski. Em dezembro de 2013, a Copel recebeu o troféu nacional de Líder em Energia no prêmio Líderes do Brasil, promovido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais.

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Solenidade de posse da diretoria do Movimento Pró-Paraná – gestão 2023 – 2025, realizada em novembro de 2023.

Domakoski foi condecorado, em 2014, pelo governador Beto Richa com a Ordem do Pinheiro, a mais alta honraria do governo do Paraná, atribuída a personalidades que se destacam em suas áreas de atuação e contribuem para o desenvolvimento do estado.

Desde 2015, preside o Movimento Pró-Paraná, que congrega as principais entidades representativas do Paraná com o objetivo central de integrar interesses dos vários segmentos da sociedade, procurando soluções que promovam o bem comum e o desenvolvimento social, cultural e econômico do estado. Em abril de 2024, integrou a comitiva do governador Ratinho Junior a Katowice, na Polônia, para participar do Congresso Econômico Europeu (CEE), maior evento de negócios da Europa Central. Marcos foi reconhecido pelas autoridades polonesas como um importante interlocutor da comunidade no Brasil. A delegação paranaense participou do painel que discutiu as perspectivas de desenvolvimento de uma cooperação econômica entre Polônia e Brasil.

De agosto de 2019 a outubro de 2024, ocupou o cargo de presidente da Fundação Copel, a maior entidade de Previdência Privada do Sul do Brasil, colocando-a como referência entre as mais de 280 entidades congêneres do Brasil.

Com um currículo impressionante e inúmeras realizações no decorrer de sua carreira, é notável e admirável a dedicação de Marcos Domakoski para o desenvolvimento do Paraná e para a preservação e continuidade de suas raízes polonesas.

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Comitiva liderada pelo governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, em missão técnica à Polônia. O grupo viajou para Katowice, capital da província da Silésia, que recebe anualmente o Congresso Europeu Econômico (CEE), maior evento de negócios da Europa Central, realizado em abril de 2024.

Texto editado por Thaisa Socher.

Fonte de pesquisa: acervo pessoal de Marcos Domakoski.

Fonte: Polonidade no Brasil

Referências

MOVIMENTO Pró-Paraná. Missão técnica do governo do Paraná à Polônia contou com a participação do presidente do MPP. Disponível em: https://www.proparana.org.br/noticia/missao-tecnica-do-governo-do-parana-a-polonia-contou-com-a-participacao-do-presidente-do-mpp/. Acesso em: 18 out. 2024.

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