As atividades são voltadas para a rede escolar e a população local
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou, durante os dias 5 e 6 de outubro, oficinas de arqueologia para estudantes da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio da Ilha do Mel. As atividades fazem parte do Programa de Educação Patrimonial Espia, voltado para a rede escolar e a população locais.
As oficinas com os estudantes promoveram simulações de escavações arqueológicas e exposição itinerante, que apresentou os diferentes tipos de sítios arqueológicos e materiais que podem ser encontrados no litoral do Paraná. Os diálogos estabelecidos nas oficinas foram realizados em contato com o acervo e com os materiais arqueológicos da coleção didática, favorecendo a construção de hipóteses elaboradas pelos próprios estudantes sobre os contextos de investigação e a respeito da arqueologia.
Projeto Espia
O Programa de Educação Patrimonial Espia está vinculado à obra de conservação da Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres, localizada no Morro da Baleia, na Ilha do Mel. O projeto inclui, além das atividades com estudantes, a elaboração de um boletim informativo para a população, a fim de divulgar as etapas e andamento da obra.
O nome do programa é uma alusão ao ofício tradicional do espia que, na pesca artesanal da tainha, é a pessoa que fica no alto do morro observando os cardumes, sendo responsável por dar o sinal aos demais pescadores que farão o lanço.
“Ao mesmo tempo, é uma brincadeira com o fato de espiarmos um pouco do canteiro de obras e dos trabalhos de pesquisa arqueológica que ocorrem no local”, explica a superintendente do Iphan-PR, Fabiana Martins. “As obras da Fortaleza tiveram início em agosto e vão até dezembro de 2023. O programa é uma forma de nos aproximar da população durante essas etapas, vinculando a comunidade ao patrimônio da Ilha do Mel”, complementa.
Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres
Bem tombado nas esferas federal e estadual, a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres (FNSP) também é cadastrada como sítio arqueológico. A fortaleza forma, com o Morro da Baleia e a bateria de canhões instalada em seu topo, um conjunto que se encontra sob a administração do Iphan desde 1980.
Assim como outras fortificações espalhadas pela costa brasileira, a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, é um marco edificado da dominação portuguesa e representa a posse do território e sua proteção. Uma das características da fortificação implantada no Morro da Baleia é sua adaptação ao terreno. A construção aproveita as pedras do lugar e a conformação natural do morro, de forma que as soluções arquitetônicas e ajustamentos tecnológicos realizados ao longo do tempo permitiram o seu uso militar desde o século XVIII até o século XX.
Com informações do Iphan