Coronavírus

Médico explica riscos que a Covid-19 ocasiona às crianças

Médico relata que, apesar de contaminação ser menor em crianças, isso não implica em menor gravidade, sendo que doença pode evoluir para quadro de inflamação generalizada

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Médico explica riscos que a Covid-19 ocasiona às crianças

Jhonatan Aredes diz que pais devem reforçar uso de máscaras 

A pandemia da Covid-19 traz uma necessidade de maior atenção quanto aos grupos de risco, entre eles, principalmente, idosos e pessoas com comorbidades, mas o risco de óbito e internação não exclui desta lista os adultos nem mesmo as crianças. Segundo o médico Jhonatan Aredes, que atua na linha de frente contra a pandemia em Paranaguá e no setor de Pediatria, apesar da contaminação com o Coronavírus ser menor entre o público infantil, isso não ocasiona menor gravidade da doença no contaminado, sendo que em algumas crianças a infecção está registrando até mesmo um quadro de inflamação generalizada, não atingindo só os pulmões, mas também outros órgãos, com possibilidade de morte.

“É sabido que a incidência da contaminação por Covid-19 em crianças é menor do que em adultos, mas isso não implica em menor gravidade. Os sintomas aliados à avaliação clínica é que vão definir a necessidade ou não de internação”, relata o médico. 

Sintomas entre crianças

O profissional da saúde explica que pessoas contaminadas pela Covid-19 podem apresentar sintomas semelhantes à gripe, sendo febre, cansaço, fraqueza, tosse e congestão nasal os mais comuns. Contudo, indivíduos infectados também podem ser assintomáticos. “Já em crianças, os sintomas podem se manifestar como irritabilidade, dificuldade de dormir, cansaço e perda do apetite. Além disso, em crianças, a obstrução nasal na ausência de outro diagnóstico, com sintomas iniciados com mais de quatro dias, pode ser considerada um caso suspeito de Covid-19”, explica.

Gravidade da doença entre crianças

“Em algumas crianças que sabidamente estão infectadas pelo novo Coronavírus, tem sido relatado quadro de inflamação generalizada, ou seja, que não acometem apenas os pulmões, mas também o coração, os rins, o cérebro, a pele e os intestinos. Esta condição é chamada de Síndrome Inflamatória Multissistêmica em crianças”, informa o médico. “O que sabemos atualmente é que esta doença pode coincidir com a infecção da Covid-19, mas ainda não se sabe se é de fato o Coronavírus que causa isso. Portanto, mais estudos estão sendo realizados para confirmar ou descartar tais hipóteses”, explica.

Risco de contágio e transmissão menor

O médico relata que ainda não se sabe qual o motivo de crianças apresentarem um risco de contágio e de transmissão da Covid-19 menor que os adultos nos dados pandêmicos registrados pelos órgãos de saúde. “Alguns estudos apontam que, além de serem menos incidentes na contaminação, é possível que também tenham menos chances de transmissão da doença. Estes mesmos estudos mostram que os adultos são os principais responsáveis por maior parte da propagação do vírus. No entanto, vale lembrar que isso não quer dizer que os pequenos estejam livres de propagar a Covid-19”, salienta.

Prevenção

Sobre a Covid-19 e contaminação do público infantil, o médico relata que a prevenção à Covid-19, tão divulgada como forma de não contrair a doença entre adultos e idosos, não deve excluir as crianças. “Os cuidados que as crianças devem tomar são basicamente os mesmos conhecidos até então pelos adultos: distanciamento social, evitar aglomerações e higiene constante das mãos. Crianças acima de dois anos já estão aptas a fazer o uso da máscara. As menores de dois anos não necessitam obrigatoriamente, uma vez que nesta idade, pela inabilidade do manuseio ou do próprio uso do equipamento, os pequenos correm mais riscos de asfixia ou sufocamentos”, explica Aredes.

Muitas vezes é difícil convencer a criança a usar a máscara, bem como realizar a higienização das mãos e distanciamento social, neste ponto o médico afirma que algumas estratégias podem ser adotadas por pais ou responsáveis. “Como quase sempre na pediatria, o diálogo é a ferramenta mais eficaz. Conversar a fim de fazê-los entender que tudo isso não só é para protegê-los, mas também proteger a todas as pessoas que eles amam. Higienização das mãos e distanciamento serão atitudes naturais quando entenderem. Já as máscaras, sempre existem aqueles que custam a aderir ao acessório, mas a dica fica em deixar o ato mais lúdico: procurar estampas que agradem, cores, heróis ou princesas, ou mais que isso, investir na confecção das próprias máscaras. Cuidar acaba se tornando uma diversão para eles”, explica.

Como agir em caso de contaminação

De acordo com o médico, em caso de suspeita da Covid-19, notando que a criança está com tosse, espirros, febre ou outros sintomas respiratórios, é preciso buscar atendimento para avaliação médica “Após uma avaliação, o médico determinará a conduta baseado no exame físico e história da doença, para determinar o possível diagnóstico e tratamento ideal”, finaliza Jhonatan Aredes.

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