Apesar do alerta maior, desde o início da pandemia de Covid-19, ser para que idosos e pessoas com comorbidades redobrassem os cuidados, as crianças e adolescentes também podem se contaminar e desenvolver casos graves da doença. No litoral do Paraná, segundo dados da 1.ª Regional de Saúde, foram registrados 3.780 casos da doença entre crianças e adolescentes, ou seja, pessoas de 0 a 18 anos.
Deste total, nos sete municípios da região, quatro tiveram os sintomas agravados e não sobreviveram.
“As crianças como regra geral apresentam menos formas graves que adultos. A regra de comorbidade vale para todos”, informou o diretor da 1.ª Regional de Saúde, José Carlos de Abreu.
Aumento dos casos
O Hospital Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico e de referência do Brasil, fez um alerta no mês de junho sobre o crescente número de crianças e adolescentes infectados pelo vírus. “Só nos cinco primeiros meses de 2021, foram 599 casos, com 105 internações e seis óbitos. Comparado a 2020, de março a dezembro, o Hospital registrou 331 diagnósticos positivos, com 84 internações e cinco mortes”, informou o hospital.
Em junho de 2021, só nos sete primeiros dias, 20 pacientes foram internados. No dia 8 de junho, a instituição contava com 28 crianças e adolescentes hospitalizados, cinco deles na UTI; a maior parte com o diagnóstico da doença confirmado. De acordo com o hospital, em sua maioria, os pacientes apresentam ao menos uma comorbidade. Os responsáveis pelas crianças relataram que elas não frequentam a escola.
“O perfil é de criança de mais baixa idade, que ainda não frequenta atividades escolares e adolescentes com comorbidades. Um dos fatores que pode estar aumentando a quantidade de casos de COVID-19 nesta faixa pode estar associado à idade dos pais, que varia de 30 a 50 anos. Hoje, esta é a faixa etária que mais desponta como principal contaminada e, também, o fato de nós começarmos a ter cepas diferentes circulando à medida que a gente demora um pouco mais para vacinar a população”, explica o vice-diretor técnico do Hospital, o infectologista pediátrico Victor Horácio de Souza Costa Junior.
Assim como para os adultos e idosos, os cuidados com as crianças e adolescentes devem ser mantidos para garantir a segurança desde público. Lavar as mãos, utilizar álcool em gel e evitar aglomerações são medidas eficazes para todos os públicos.Além da adoção dessas medidas preventivas, é importante que as crianças e adolescentes se imunizem contra a gripe (Influenza). O ato de vacinar-se é um dos procedimentos mais eficazes na defesa do organismo humano contra agentes bacterianos e virais. “A vacinação contra a H1N1 protege contra as formas graves de síndrome respiratória aguda e é um fator importante para evitar que se tenha uma co-infecção da Covid-19”, completa o médico.
Foto de capa: Pixabay