Na sexta-feira, 5, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou pesquisa realizada por cientistas da Fiocruz Bahia que apontou que pacientes com a pré-diabetes mellitus apresentam maior chance de desenvolver casos graves da Covid-19. O motivo disso ocorrer, de acordo com os pesquisadores, é a associação entre os níveis da citocina interleucina-6 (IL-6) que acarreta uma possível maior chance de gravidade da doença nesses pacientes. Entretanto, após três meses de pré-diabéticos se recuperarem do Coronavírus, não foi percebido grandes sequelas decorrentes da enfermidade.
Segundo a Fiocruz, para as conclusões foram analisados biomarcadores sanguíneos para entender as causas do agravamento da Covid-19 em pacientes com a pré-diabetes mellitus. “Liderado pelas pesquisadoras Natália Machado e Viviane Boaventura, o estudo foi publicado na revista Frontiers in Endocrinology. A pesquisa comparou os biomarcadores sanguíneos de pacientes com pré-diabetes e pacientes sem pré-diabetes durante a fase mais grave da infecção e três meses após a hospitalização. Foi notado que pacientes pré-diabéticos necessitam de maior tempo de hospitalização, com uma média de 15 dias comparada a média de 8 dias dos pacientes sem pré-diabetes”, informa a assessoria.
“Indivíduos pré-diabéticos que requeiram cuidados intensivos chegaram a 78% dos casos, em comparação com 56% dos pacientes sem pré-diabetes que necessitam dos mesmos cuidados. Além disso, pré-diabéticos também apresentaram maior grau de lesão pulmonar”, informa a Fiocruz.
De acordo com o órgão, foi percebida uma relação entre casos mais graves da Covid-19 e os níveis de IL-6. “Esse fator, associado com a redução da oxigenação no sangue, achava-se elevado em 63% dos quadros de pré-diabetes, mas não haviam grandes alterações em outros biomarcadores, como o TNF – Alfa e o Leucotrieno B4. Através desta observação, os pesquisadores entenderam que altos níveis de IL-6 podem ser um fator relevante para o agravamento da Covid-19”, ressalta a Fiocruz.
Recuperação da Covid-19
“Também foi investigado os impactos da doença em pacientes pré-diabéticos após três meses. Através do exame do nível de qualidade de vida e de sintomas residuais, não foram constatadas diferenças significativas nos parâmetros laboratoriais no período de três meses após a fase aguda da doença, nem grandes mudanças nos sintomas residuais entre pacientes com e sem pré-diabetes”, informa a fundação.
Com informações da Fiocruz