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Coronavírus

Atividade física gera mais imunidade a vacinados, aponta estudo da USP

Pesquisa foi feita com 1.095 imunizados com a CoronaVac

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O fato da atividade física trazer mais qualidade de vida e saúde é algo notório e comprovado cientificamente. Entretanto, nessa semana, um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP), divulgado pelo Instituto Butantan, revelou que os exercícios rotineiros trazem também uma maior imunidade a quem foi vacinado contra a Covid-19. O estudo, feito em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, foi realizado com 1.095 voluntários que foram imunizados com a CoronaVac, produzida pelo Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.

De acordo com a assessoria, a pesquisa foi publicada este mês na plataforma de preprint Research Square. “Os praticantes de atividades físicas tiveram uma chance de soroconversão (a geração de anticorpos para se defender da infecção) 9,9 vezes maior que os sedentários. Ou seja, a cada dez pacientes inativos que soroconverteram, 99 ativos atingiram o mesmo resultado”, detalha o Butantan.

Segundo a entidade, a pesquisa foi feita separando grupos de sedentários e pessoas ativas. “Foram consideradas ativas as pessoas que faziam pelo menos três horas por semana de atividades de lazer como caminhada, corrida, bicicleta, dança, natação, futebol; atividades domésticas como lavar roupa a mão e arrumar a casa; trabalho, como carregar objetos pesados; e deslocamento de rotina como ir ao mercado de bicicleta e andar até a casa de um amigo”, completa.

“Dentre os participantes, 622 foram considerados ativos, e 473 foram considerados sedentários. Todos foram imunizados com CoronaVac, sendo que o intervalo entre a primeira e a segunda dose foi de 28 dias. Para a análise, os pesquisadores coletaram três amostras de sangue dos participantes: logo após a segunda dose, 28 dias após a segunda dose e 69 dias depois”, explica o Butantan.

Metodologia

De acordo com o instituto, a metodologia feita pelos cientistas foi a medição de IgG e IgM dos voluntários, que são proteínas produzidas pelo organismo com o objetivo de defendê-lo contra agentes infecciosos e suas toxinas. “O IgM é o primeiro anticorpo a ser produzido quando há uma infecção e o IgG é produzido de acordo com o microrganismo invasor, permanecendo no sangue e protegendo a pessoa contra possíveis infecções futuras pelo mesmo patógeno”, detalha.

“Quem faz pelo menos três horas de exercício por semana apresenta uma maior concentração de IgG. Os voluntários ativos apresentaram uma inibição de 30% na ligação entre o vírus e o receptor da enzima conversora da proteína celular em que o SARS-CoV-2 se conecta para infectar o indivíduo”, relata o estudo da USP.

Imunossuprimidos e atividade física

Segundo o Butantan, a pesquisa científica demonstrou também que a resposta vacinal de indivíduos imunossuprimidos (que têm mais dificuldade na resposta imune), como portadores de doenças reumáticas, neoplasias, transplantados e portadores de HIV, também foi melhor nos praticantes de atividades físicas, com conclusões desta etapa publicada na Nature Medicine.

Ao todo, foram analisados 898 pacientes imunossuprimidos, 494 classificados como ativos e 404 como inativos. “Os pacientes ativos apresentaram uma chance 1,4 vez maior de alcançar a soroconversão. Ou seja, para cada 10 pacientes inativos que soroconverteram depois de duas doses, 14 ativos atingiram o mesmo resultado”, detalha o estudo.

“O fato de o vacinado ser fisicamente ativo também foi associado a um aumento de 32% na quantidade de anticorpos contra as regiões “S1” e “S2” da proteína Spike, que é usada pelo vírus para se conectar na célula. Além disso, outro estudo realizado pela Universidade de São Paulo e publicado na plataforma medRxiv mostrou que os pacientes que têm mais força e massa muscular e tiveram Covid-19 passaram menos tempo internados”, finaliza o Butantan.

Com informações do Instituto Butantan

Foto: Ilustrativa / DjelicS/Getty Images/SAÚDE é Vital 

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