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Coronavírus

Artesãs buscam alternativas para trabalhar em meio à pandemia

Criatividade tem sido a solução para contornar a crise

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O Mercado Municipal do Artesanato de Paranaguá está aberto de terça à sexta-feira, das 9h às 17h. As artesãs que atuam no local ressaltam que as vendas sofreram uma redução de até 70% por causa da pandemia da Covid-19.

Antes da pandemia, 50% das vendas eram voltadas para os turistas que visitavam a cidade. No entanto o Coronavírus provocou uma redução de 90% dos voos no Brasil, mais que a média global (os dados são do site Flighradar, que monitora aeronaves pelo planeta). Paranaguá em seu setor turístico sentiu os efeitos dessa mudança.

A artesã Erani Santos trabalha com cerâmicas, confeccionando barquinhos e rabecas e ainda móbiles com conchas. Ela ressalta que suas vendas estão paradas. “As pessoas não estão circulando e não está tendo turista. Sempre tive uma renda razoável, mas desde abril está tudo parado. Estou ciente do que está acontecendo, por isso aguardamos passar essa fase”, conta.

1A artesã Erani Erani santos ressalta que suas vendas estão paradas

Já a artesã Fátima Rocha encontrou uma saída para a crise. Ela trabalha com madeira, cipó e fibra de bananeira. “Quando vi todo o comércio paralisado comecei a divulgar meus trabalhos pelo WhatsApp. Faço bolsas, cestos e porta-pratos de mesa, tudo em cipó. As vendas no mercado estão paradas, mas tenho conseguido vender através de encomendas. A Internet tem sido minha aliada”, destaca.

Fátima Rocha encontrou uma saída para a crise divulgando pelo internet

A artesã Suely Alípio conta que há um mês retornou para as suas atividades no mercado. Ela ressalta que um diferencial tem garantido a renda mensal. “Tenho trabalhado todos os dias, mas o movimento está fraco por causa da pandemia. O que tem me garantido são as confecções dos samburás, pois tenho clientes que fazem reservas”, conta. (Samburás são cestos de boca estreita, feito de cipó ou taquara, muito usado para carregar iscas e petrechos de pesca, para recolher o pescado, servindo para outras utilidades).

A artesã Suely Alípio tem garantido as vendas através da confecção de samburás

Sônia Ribeiro tem 54 anos e descobriu a vocação para as artes neste ano. Até então, Sonia passava o dia atrás de um balcão de bar, do qual ela é proprietária no Jardim Esperança.

O movimento em seu estabelecimento começou a enfraquecer em janeiro e ela encontrou na pintura uma forma de ocupar o tempo e espantar a depressão. No início do ano, Sonia começou a fazer um curso on-line por conta própria.

Foi observando vídeos pela Internet e praticando, ao mesmo tempo, que colocou a ideia em prática. Em seguida foi aperfeiçoando as técnicas e, em menos de três meses, começou a vender as garrafas pintadas.

Sônia Ribeiro descobriu a vocação para as artes um pouco antes da pandemia. É através da pintura que ela garante a renda semanal.

“Eu jamais poderia imaginar que a pintura fosse ser minha fonte de renda em um momento tão delicado como este que estamos passando. Acho que nada acontece por acaso, por isso agradeço todos os dias a descoberta desse dom justamente neste ano. Às vezes, eu chego a expor tudo na frente de casa para chamar atenção e assim sempre acabo vendendo alguma coisa”, conta. 

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