Na quinta-feira, 16, a Secretaria de Estado da Educação e Esporte (Seed) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) realizam uma ação com veranistas nas praias de Matinhos sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue. As atividades são realizadas em parceria com a Prefeitura de Matinhos.
Segundo informações da Sesa, haverá a participação de técnicos estaduais, municipais e 100 estagiários, realizando orientação à população e distribuição de panfletos da campanha “Dengue Mata” ao longo da orla da praia.
De acordo com o último boletim epidemiológico da dengue, divulgado pela Sesa no dia 14 de janeiro, o litoral do Estado está avaliado com “risco alto” para proliferação do mosquito transmissor.
“Salientamos que no verão as condições climáticas ficam muito favoráveis à proliferação do mosquito transmissor da dengue, pois o calor acelera o ciclo de vida do mosquito e as chuvas frequentes ampliam o número de criadouros”, frisou a Sesa, em nota.
Nessa esfera, a ocupação de imóveis fechados por veranistas também pode aumentar a proliferação dos mosquitos, caso as pessoas não tomem os cuidados necessários para eliminar os criadouros.
Circulação intensa de pessoas de outras cidades pode aumentar as chances de casos importados da doença
O aumento do fluxo de pessoas na região também pode contribuir com a introdução de casos importados de dengue. “A circulação intensa de pessoas de outras localidades pode aumentar as chances de introdução de casos importados de dengue e, a partir disso, o estabelecimento de transmissão autóctone (quando a doença é contraída no mesmo município de residência). Assim, a Sesa e os municípios do litoral intensificam as ações de orientação e prevenção, a fim de mobilizar toda a população para evitar a proliferação do mosquito”, informou a Sesa.
CASOS NO LITORAL
A região tem dois casos confirmados de dengue, um em Matinhos e um em Paranaguá. Além de 407 notificações, quando há suspeitas que passam a ser investigadas por meio de exames laboratoriais. Destes, somente 52 casos estão em investigação, o restante não foi confirmado para a doença.
De acordo com a Sesa, esses números permanecem estáveis desde o início do Período Epidemiológico atual, o qual compreende os meses de agosto de 2019 até julho de 2020.
Os exames são analisados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), que auxilia as vigilâncias regionais e municipais na confirmação ou descarte dos casos suspeitos.
“Ele procede a realização de exames para a detecção da circulação viral e determinação do sorotipo prevalente. Por meio destes exames foi detectado que o sorotipo 2 do vírus da Dengue está prevalecendo no Paraná neste Período Epidemiológico. O tempo para a liberação dos resultados dos exames é de 7 a 10 dias, mas pode variar conforme a demanda de amostras encaminhadas para análise”, afirmou a Sesa.
RESPONSABILIDADE DOS MORADORES
A Secretaria salientou que a limpeza de terrenos e prédios é de responsabilidade de cada proprietário ou locatário, sendo papel do Estado e município prestar a orientação dos cuidados que cada cidadão deve ter com seu imóvel, além de verificar se os imóveis não possuem criadouros.
“Essas ações de orientação da população e inspeção dos imóveis ocorrem rotineiramente, através das visitas domiciliares dos Agentes de Combate às Endemias dos municípios. A Secretaria de Estado da Saúde presta auxílio técnico para estes agentes e realiza capacitações para qualificar suas ações”, destacou a Sesa.
MOBILIZAÇÃO
A ação contra a dengue deve ser realizada, a princípio, somente em Matinhos. A Secretaria de Estado da Saúde informou que tem prestado apoio técnico e material para os municípios organizarem ações de mutirão e mobilização da população.
“Todos os municípios estão com programação de ações para o período de veraneio a fim de intensificar a prevenção da dengue e controle do mosquito”, ressaltou a Sesa.
Paranaguá tem realizado orientação da população através de pedágios educativos e panfletagem e o município de Matinhos, vem realizando mutirões de limpeza, ações intersetoriais através de comitê da dengue, educação em saúde nas escolas e comunidade e capacitação para profissionais de saúde.
O "fumacê", que já foi aplicado em Paranaguá para o controle da dengue, é a última alternativa no enfrentamento da doença. Por isso, é aplicado apenas em situações de surto ou epidemia. “Portanto, todas as outras ações devem ser priorizadas antes de se utilizar este recurso, como a orientação e mobilização da população, eliminação de criadouros do mosquito, mutirões e outras. Neste momento não há inseticida disponível em nenhum Estado brasileiro”, comunicou a Secretaria de Estado da Saúde, em nota.
Fotos: Arquivo/AEN