Ciência e Saúde

Tecnologia ajuda no combate à dengue

Projeto pioneiro prevê a liberação de mosquitos estéreis para reduzir população do Aedes Aegypti

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Mosquitos estéreis produzidos em laboratório são utilizados no combate a outros mosquitos responsáveis pela transmissão de uma série de doenças. Pode parecer ficção científica, mas o Controle Natural de Vetores (CNV) já é uma realidade. E a novidade chega ao Paraná através da Forrest Innovations, empresa de tecnologia avançada com sede no Brasil – em Curitiba – desde 2013. A empresa vai produzir espécimes de machos estéreis do Aedes Aegypti para controlar o avanço da dengue em Paranaguá. "Esta técnica já é bastante utilizada na agricultura para o controle de pragas. O objetivo é liberarmos no ambiente mosquitos machos que não picam, não transmitem doenças e são incapazes de se reproduzir para diminuirmos a população destes insetos", afirma Joel Kriger, coordenador do projeto da Forrest Innovations no Brasil.

"Diferentemente da manipulação genética, a técnica é segura, já que não se transmite para as futuras gerações – com os machos estéreis copulando com as fêmeas, evitamos a descendência", explica Ana Dalla Bona, bióloga da Forrest Innovations.

Em um laboratório móvel instalado em Paranaguá, a empresa vai produzir aproximadamente 150 milhões de mosquitos machos estéreis baseados em cepas dos insetos nativos, em total condições de competir com o inseto selvagem. Com o projeto da Forrest Innovations, a expectativa é diminuir em 80% os casos de dengue em Paranaguá – uma das cidades brasileiras que mais sofreu com a epidemia de dengue. Entre agosto de 2015 e julho de 2016, segundo dados da Secretaria de Saúde do Paraná, o município registrou 15.779 casos da doença, que resultaram em 29 mortes. Os mosquitos serão liberados via aérea semanalmente por um período de três meses – a proporção é de 10 mosquitos estéreis para cada macho saudável existente no ambiente. "A ideia é fazer isso antes do verão, que é a estação mais crítica do ano, já que os mosquitos ficam mais ativos e sua taxa de reprodução aumenta", revela a bióloga.

A empresa monitora todos os passos do projeto – antes, durante e depois destes três meses. Por meio de armadilhas que capturam os ovos e os mosquitos já adultos, os cientistas conseguem medir a densidade populacional e avaliar o progresso do projeto. Vale ressaltar que a técnica é uma medida de redução que serve de complemento a outras ações de prevenção. "É um trabalho integrado. Os agentes de saúde e a população precisam continuar fazendo sua parte, eliminando os criadouros do mosquito e evitando deixar água parada em vasos, pneus e outros locais", ressalta Kriger. A Forrest Innovations ainda vai realizar um amplo trabalho em escolas, entidades de classe e demais organizações a fim de apresentar o projeto para a população parnanguara e ressaltar a importância da manutenção dos cuidados com a dengue. O projeto tem apoio da Prefeitura de Paranaguá e é desenvolvido em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná, o Tecpar, que pretende levar esta tecnologia para outros municípios brasileiros.

 

Foto: Forrest innovations

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