O Núcleo de Entomologia da 1.ª Regional de Saúde, após o período de epidemia de dengue em Paranaguá, continuou fazendo o monitoramento geral dos casos, focos e criadouros do mosquito Aedes Aegypti na cidade. Na terça-feira, 25, a Secretaria de Estado da Saúde divulgou um boletim atualizado sobre os casos da doença no Paraná, o qual aponta que tem aumentado com a mudança do clima. O trabalho realizado de forma contínua ajudará na prevenção e mitigação da dengue, mas as autoridades pedem o envolvimento da comunidade para que isso seja possível.
De acordo com o documento, foi observado que o risco climático para Paranaguá passou para “médio”, enquanto Guaratuba tem risco “baixo”. Em Paranaguá, já houve cinco casos autóctones confirmados para dengue e, em Guaratuba, um caso.
Tendo em vista a tendência de aumento de casos neste período do ano, a 1.ª Regional de Saúde já tem algumas ações planejadas, além do próprio trabalho de monitoramento que permaneceu durante a baixa no número de casos. “Essa é a hora de retomar as ações. A consequência da baixa circulação do mosquito foi devido ao 'fumacê', não tem frio suficiente. Tanto que sempre tivemos casos positivos, em menor quantidade, mas tivemos doentes nesse período”, afirmou a diretora da 1.ª Regional de Saúde de Paranaguá, Ilda Nagafuti.
Em reunião ocorrida na semana passada, a Regional e a Secretaria Municipal de Saúde traçaram algumas ações de mobilização. “Temos que acionar novamente o comitê municipal de combate à dengue. Estamos trabalhando em estratégias de organização para no início do próximo mês fazer uma força-tarefa para remoção de criadouros, pois precisamos mobilizar toda a sociedade para começar essa campanha”, alertou Ilda. Segundo a diretora, a população tem feito a sua parte dentro das residências, mas ainda é observada muita sujeira nas vias públicas, o que também representa um problema para o combate à doença.
ENVOLVIMENTO DA POPULAÇÃO
O biólogo da 1.ª Regional de Saúde, Rubens Massafera, chamou a atenção para a cidade de Paranaguá, que possui condições climáticas favoráveis, como umidade e calor, para o desenvolvimento do mosquito. Em agosto deste ano, a equipe responsável por esse monitoramento registrou 30% de infestação do mosquito. Em janeiro, no auge da epidemia, havia 80% de infestação. “Percebemos uma rapidez no ciclo evolutivo do mosquito. Se teremos uma nova epidemia, tudo depende, mas isso nos traz um alerta que, neste momento, precisamos entrar com as ações de controle”, explicou Massafera.
O biólogo ainda salientou a importância do envolvimento da população para ajudar neste controle. “Precisamos fazer a remoção dos criadouros, que é o principal meio de combate. A conscientização tem que ser constante. O agente mais importante é a população”, disse. Este número de 30% de infestação vai orientar as ações para prevenção e mitigação da epidemia. “Esse é um momento crucial, onde a gente pode ainda baixar a incidência com a colaboração da população”, acrescentou.
Foto da capa: Arquivo da AEN