Ciência e Saúde

Professora supera câncer de mama com alegria e força de vontade

Leda ergueu a cabeça e mostrou que é possível seguir em frente e ajudar outras mulheres

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Neste mês, a Folha do Litoral News irá publicar, a cada semana, uma matéria contando a história de mulheres que descobriram o câncer de mama e passaram por cirurgia e tratamento. A série de reportagens faz alusão ao Outubro Rosa, um mês dedicado à conscientização da sociedade sobre a importância da prevenção e necessidade de enfrentamento da doença. Todas as mulheres que irão relatar os seus casos são pacientes ou já voluntárias do Instituto Peito Aberto.

Receber o diagnóstico de câncer de mama não é fácil. Enquanto a tendência entre a maioria das mulheres é se entregar ao desespero, para outras é momento de levantar a cabeça e enfrentar o problema com toda força que precisa ser tratado. É o caso da professora Leda Maria Souza Vanhoni, de 36 anos, que há menos de um ano recebeu o diagnóstico de câncer de mama e nunca perdeu a alegria de estar viva para encarar o desafio.

Leda é professora de Ciências e Biologia da Rede Estadual de Ensino e descobriu o câncer de mama em dezembro do ano passado por meio de um exame. “Como já tenho histórico na família, sempre fiz exames periódicos a cada seis meses, em um deles apareceram dois nódulos muito pequenos na mama esquerda. Em março, fiz a mastectomia total bilateral, em ambas as mamas, esperei um mês para recuperar e comecei as quimioterapias”, disse.

Na hora que o médico passou o diagnóstico, Leda relata que teve muito medo, mas como tinha descoberto cedo, as chances de cura eram muito maiores. “Parei de chorar, fiquei mais animada, levantei a cabeça e decidi seguir em frente. Desde desse dia não me deixei abater em nenhum momento, sempre com pensamento positivo”, frisou Leda.

 

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“Cuide-se, faça os exames regularmente, você pode mudar sua vida com isso. Caso tenha o diagnóstico de câncer de mama, levante a cabeça, é difícil, mas pode ser leve”, disse Leda

 

Um momento difícil relatado foi quando teve que contar para sua mãe sobre a doença. A princípio, tudo foi feito escondido, já que sua mãe perdeu a irmã gêmea de Leda, de quatro anos, de câncer na suprarrenal. Além do seu pai também ter falecido por câncer no pulmão e cabeça há dez anos.

PEITO ABERTO

A professora chegou ao Instituto Peito Aberto por meio de indicação de amigos, entrou em contato, marcou uma visita e nunca mais quis sair do grupo que tem ajudado tantas mulheres a passarem pela doença. “Quando cheguei ao Instituto, mudei minha maneira de enxergar a doença. Sempre quis fazer um trabalho voluntário, mas deixava para depois e quando descobri o câncer percebi que tinha que ser agora. Assim que tiver alta vou ser uma das voluntárias, pois quero ajudar outras pessoas”, relatou.

 

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Leda ganhou uma peruca produzida pelo Instituto Peito Aberto com seu próprio cabelo, cortado antes das sessões de quimioterapia (Foto: Laís Dutra)

 

O Instituto realiza o projeto Oficina de Perucas, que oferece a possibilidade de mulheres que ainda não passaram pela quimioterapia cortarem seus cabelos e entregarem para que as voluntárias façam a peruca com seu próprio cabelo. Foi o que Leda fez e já recebeu a sua peruca.

A alegria de Leda já tem contribuído com a autoestima das mulheres que passam pelo Instituto. “A maioria das mulheres chega para baixo, mas sempre passei com leveza. Ia ser muito mais difícil eu passar chorando, me lamentando, eu sei que nem todos têm essa força, e é por isso que o Instituto está aqui”, ressaltou.

 

 

Foto de capa: Laís Dutra

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