Na última segunda-feira, 4, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou mais uma edição do Boletim InfoGripe Fiocruz, que apontou um crescimento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas) dos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) no Brasil, abrangendo a maioria das unidades federativas. O dado em questão abrange o Paraná, que está entre os 16 estados brasileiros que apresentaram tendência de aumento a longo prazo nos casos de SRAG.
De acordo com o pesquisador da Fiocruz, Marcelo Gomes, coordenador do Boletim, “a possível interrupção do crescimento sinalizada na edição da semana anterior não se manteve”, detalha. “No entanto, o sinal de interrupção se mantém para os estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, com oscilação em patamar elevado no Paraná”, informa a fundação.
“Nas quatro últimas SE a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A, 0,1% para influenza B, 7,6% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 77,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,0% para influenza A, 0,1% para influenza B, 1,4% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 94,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19)”, ressalta a Fiocruz, destacando que a maioria dos casos de SRAG (77,6%) são de Covid-19.
Com relação aos casos de SRAG entre o público infantil, no que tange à faixa etária de 0 a 4 anos, “os dados das últimas quatro semanas mostram que o Sars-CoV-2 já se aproxima do observado para VSR”, detalha. “Esses dois vírus corresponderam a 36% e 39%, respectivamente. Assim, o estudo indica, em crianças e adolescentes, manutenção de SRAG do sinal de queda entre os grupos de 0 a 4 e 5 a 11 anos”, salienta o estudo científico.
“Na população adulta observa-se sinal de desaceleração, porém ainda em situação de crescimento, especialmente nas faixas etárias a partir de 50 anos”, aponta o boletim.
Paraná
O Paraná, junto a outros 16 estados brasileiros, entre as 27 unidades federativas apresenta sinal de crescimento na tendência de longo prazo de SRAG, estando neste contexto também AL, CE, DF, GO, MG, MS, MT, PB, PI, RJ, RN, RR, SC, SP e TO. “Nos estados das regiões Sudeste e Sul há indícios de possível interrupção na tendência de crescimento nas últimas semanas, que devem ser reavaliados nas próximas atualizações para confirmação”, acrescenta a Fiocruz.
“Entre as capitais, 18 das 27 apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Plano Piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), Palmas (TO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES). Quinze macrorregiões de saúde encontram-se em nível pré-epidêmico, 14 em nível epidêmico, 66 em nível alto, 22 em nível muito alto, e uma macrorregião de saúde em nível extremamente alto”, informa a entidade científica.
SRAG no Brasil
No cenário nacional atual, o Boletin InfoGripe “sugere que a situação de casos casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apresenta indícios de crescimento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas)”, completa. “Ainda que em ritmo mais lento do que aquele observado ao longo dos meses da abril e maio”, finaliza o pesquisador Marcelo Gomes.
Com informações da Fiocruz