De agosto de 2018 até o dia 4 de maio de 2019, foram contabilizadas 869 notificações de dengue no litoral do Paraná. A responsável pelo setor de Dengue da Secretaria Municipal de Saúde, Eleniz Mendes, explicou como são tratadas as suspeitas da doença no município. A dengue continua deixando os paranaenses em estado de alerta, já que foram registrados dez óbitos, em Londrina (5), Cascavel (3) e Maringá (2) desde o início deste ano.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no litoral do Paraná foram confirmados três casos de dengue, sendo um caso em Guaratuba e dois em Paranaguá, e nenhum óbito.
As notificações são feitas sempre que os moradores relatam dois ou mais sintomas da dengue na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “O médico encaminha para o Núcleo de Dengue, uma sala específica, onde o paciente é notificado, com dados pessoais e um questionário, e é realizada a coleta de sangue. A amostra é encaminhada para o Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná), através da 1.ª Regional de Saúde”, explicou Eleniz.
O resultado do exame, segundo a responsável pelo setor no município, demora cerca de 15 dias para ficar pronto. Se for positivo, é divulgado no Boletim Epidemiológico da Sesa.
“Essas notificações podem ser positivas ou só suspeitas das arboviroses. Da mesma forma acontece com as suspeitas de zika vírus e chikungunya. Essa coleta de exames serve para todos os tipos de vírus, por doenças transmitidas pelo mosquito”, disse Eleniz.
Segundo Eleniz, as equipes formadas por agentes de endemias terminaram a remoção nas áreas onde o LIRA – Levantamento Rápido de Índice para Aedes Aegypti apontou maior índice. A última análise, realizada no mês de fevereiro, mostrou que a situação mais alarmante foi encontrada nos bairros Serraria do Rocha, Vila Guarani, Jardim Esperança, Vila Garcia e arredores. O próximo levantamento deve ser realizado até o início de junho, conforme condições climáticas.
“Coleta de exames serve para todos os tipos de vírus, por doenças transmitidas pelo mosquito”, explicou a responsável pelo setor de Dengue da Secretaria Municipal de Saúde, Eleniz Mendes (foto: divulgação)
CICLO DA DENGUE
A Sesa ressalta que tem reforçado o trabalho de prevenção, percorrendo todas as regionais de Saúde para a capacitação de médicos, enfermeiros e equipes da Vigilância em Saúde e da Atenção à Saúde. “O agravamento da doença no Paraná é muito preocupante, porque ainda não estamos no fim do ciclo da dengue e precisamos do engajamento da população, que pode nos ajudar cuidando do ambiente de suas casas, evitando o lixo acumulado e os focos com água parada nos quintais”, alertou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
O objetivo é rever o fluxo da doença para que o atendimento e o diagnóstico ao paciente aconteçam rapidamente. Nas capacitações, feitas por médicos especialistas do Setor de Doenças Transmitidas por Vetores da Sesa, também são transmitidas informações sobre manejo clínico da doença, identificação de criadouros de mosquito transmissor e outras e medidas preventivas.
“O nosso trabalho de prevenção e orientação percorre todo o Paraná, mas é preciso que a população também participe”, reafirma a médica veterinária Ivana Belmonte, da Divisão de Vigilância Ambiental da SESA.
MAIS CASOS CONFIRMADOS NO PARANÁ
O boletim semanal mostra que são 5.938 casos confirmados de dengue no Paraná, contra 4.970 registrados na semana passada, portanto um aumento de 968 casos. Cresceu também o número de municípios com maior incidência da doença. Eram 24 e hoje são 26: Japurá, Francisco Alves, Porto Rico, Leópolis, Uraí, Lupionópolis, Itambé, Loanda, Santa Mariana, Terra Roxa, Abatiá, Flórida, Missal, Nova Londrina, Alvorada do Sul, Moreira Sales, Rancho Alegre, Santo Antônio do Paraíso, Anahy, Cafeara, Arapuã, Andirá, Lindoeste, Bandeirantes, Paranacity e Nova Olímpia.
Com informações da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa)