Há cerca de oito anos, Paranaguá ocupava um dos primeiros lugares no Brasil em números de casos de HIV. Hoje, está na 33.ª colocação no ranking nacional e segue com um trabalho voltado à prevenção e diagnóstico precoce. A faixa etária com o maior índice de infectados no município, na última década, é a de jovens entre 20 e 34 anos. Durante este mês, as ações de prevenção e orientação se intensificam devido à campanha Dezembro Vermelho.
De acordo com a psicóloga do Programa Municipal de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/HIV-Aids, Cláudia Michelon, nos últimos 10 anos, Paranaguá não teve casos de HIV em crianças menores de um ano. De 10 a 14 anos foi registrado um caso confirmado e de 15 a 19 anos foram 27 confirmações.
A maior concentração de casos está presente na faixa entre 20 e 34 anos, que na última década foram 388 casos no total. A faixa de 35 a 49 anos também teve um número expressivo, de 366 casos. Entre as pessoas de 50 a 64 anos, foram 180 positivos e, de 65 a 79 anos, 25 confirmados entre 2010 e 2020.
Entre as confirmações, a maioria é do sexo masculino. “Nos últimos 10 anos foram 575 casos confirmados do sexo masculino e 412 do feminino. É uma proporção de 65% homens e 35% mulheres, aproximadamente. No momento, cerca de 1.970 pacientes realizam o tratamento conosco, ou seja, aderiram ao tratamento corretamente”, explicou Cláudia.
Testagem rápida
Segundo a psicóloga, qualquer pessoa pode procurar o Centro Municipal de Diagnóstico (CTA), localizado no Centro de Diagnóstico João Paulo II, ou as unidades de saúde para realizar o teste. Para isso, basta levar um documento de identificação com foto. No CTA, as testagens são realizadas todas as segundas e terças-feiras, durante todo o dia.
“Devemos sempre nos prevenir. Não precisa de encaminhamento para fazer o exame. Fazemos os exames de HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C e o resultado fica pronto em 20 minutos, é só um furinho no dedo”, salientou Cláudia.
O objetivo, segundo a profisisonal, é fazer com que os pacientes cheguem com uma carga viral indetectável, ou seja, uma carga viral zero. “Hoje, temos a porcentagem de 70% de pacientes com carga viral zero, o que significa qualidade de vida e boa adesão ao tratamento”, acrescentou Cláudia. A psicóloga observa que, em função da pendemia de Covid, neste ano houve uma diminuição nos casos devido à baixa nas investigações.
Situação no Brasil
O Ministério da Saúde apresentou o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, que traz os dados de diagnósticos e infectados consolidados do ano de 2019 e um comparativo dos casos nos últimos anos no País.
Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil: 89% delas foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável. Até outubro deste ano, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento com antirretroviral, enquanto em 2018, eram 593.594 pessoas em tratamento.
O Ministério da Saúde estima que cerca de 10 mil casos de Aids foram evitados no País, no período de 2015 a 2019. Os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros, concentraram o maior número de casos. Nessa faixa etária, 52,4% são do sexo masculino.
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