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Ciência e Saúde

Cientistas explicam importância da variedade de vacinas contra a Covid-19

Imunizante em desenvolvimento pela UFPR foi salientado

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Na última semana, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), através da ação “Pergunte aos Cientistas”, da Agência Escola UFPR, trouxe diversas explicações sobre a importância da variedade de vacinas contra a Covid-19 em uso no Brasil, a recomendação de não escolher a marca do imunizante a ser tomado, bem como relata avanços na vacina da UFPR contra o Coronavírus que está em desenvolvimento. De acordo com a universidade, quanto mais se vacina a população, menor os registros de de casos graves e óbitos decorrentes da Covid-19, algo que reforça que ser “sommelier” de vacina, ou seja, querer escolher vacina é um risco, pois a corrida contra o vírus é também contra o tempo, com necessidade de se imunizar o mais rápido de pessoas possível o quanto antes, gerando a imunidade coletiva.

Com relação à eficácia e importância da variedade de vacinas, bem como as pessoas que se negam a tomar os imunizantes, a cientista Juliana Maurer explica que é visível historicamente a importância dos imunizantes em prol da vida humana. “Podemos destacar a importância das vacinas considerando seus aspectos históricos. Doenças foram erradicadas devido a programas de vacinação de sucesso. Atualmente, essa importância pode ser verificada pela corrida intensa na produção de imunizantes, pois mais de 200 estão sendo produzidos no mundo contra a Covid-19, incluindo a vacina da UFPR, que, no futuro, pode ser uma opção para o nosso programa de vacinação”, detalha.

“Dentre as vacinas que temos disponíveis no mercado, independente de marca, todas passaram pela aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ou seja, são eficazes e apresentam segurança. Tomar a vacina não é uma questão de opinião, ela não interfere somente na sua saúde pessoal, é uma questão de conscientização social e de saúde pública”, reforça Maurer.

A estudiosa esclarece que ser “sommelier” de vacina é algo que não deve ser feito. “No momento, não é recomendado, nem viável, escolher a “marca” da vacina. Estamos numa corrida contra o tempo. Quanto mais rápido atingir a maior parte da população vacinada, mais rápido a circulação e a transmissão do vírus vão diminuir. Estudos sobre a efetividade das vacinas contra o SARS-Cov 2 também têm demonstrado que a maior taxa de vacinação diminui o número de casos graves e mortes de Covid-19”, explica. 

“A vacinação sem optar por essa ou aquela marca fará que no momento da sua vez você possa receber o imunizante. Se todos tiverem a mesma atitude, mais rápido atingiremos a imunidade coletiva (que é verificada quando o vírus não consegue se espalhar com facilidade porque a maioria da população está imune). Quanto maior o número de pessoas vacinadas, maior será o benefício para a saúde de todos. O uso adequado de máscara, higienização correta das mãos, distanciamento social e vacinação são as escolhas que podemos optar para superar esse momento tão difícil”, reforça a cientista.

Vacina da UFPR

Emanuel Maltempi de Souza, professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, presidente da Comissão de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 da UFPR, é um dos pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da vacina da universidade. Ele explica como está o processo da criação do imunizante atualmente. “Os primeiros experimentos foram realizados utilizando reagentes que tínhamos no laboratório (nós já trabalhávamos com o biomaterial que usamos para produzir as nanopartículas), algum recurso de pesquisa que permitia adquirir material específico para desenvolver a vacina e a infraestrutura da UFPR. Em seguida, foi aprovado nosso projeto em uma chamada do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações/Rede vírus. Foi um recurso pequeno, mas essencial para demonstrar que o processo funciona. Nós ainda estamos em fase pré-clínica e acabamos de receber um valor bem maior do Governo do Estado do Paraná (SETI-PR), que nós esperamos que seja suficiente para concluir essa fase. Temos procurado parcerias e já estamos formalizando algumas”, completa.

Segundo o professor, o projeto da vacina é extremamente completo, sendo necessárias parcerias para se chegar à fase clínica (em pessoas) e produção. “Temos parceria já estabelecida com pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz-PR), que vai ser de enorme importância para ensaios com animais; com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), já pensando na fase clínica e produção; com pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), para otimizar produção de antígenos; e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)”, detalha.

“Nosso grupo na UFPR também tem se expandido, agregando docentes e estudantes, pois a intenção é criar um centro de desenvolvimento de imunobiológicos no Paraná que possa ser utilizado por pesquisadores de todo o estado para desenvolvimento de vacinas e outros imunobiológicos para aplicação em diversas áreas, não só contra Covid-19. Como você pode ver, estamos abertos para colaborar e desenvolver essa área tão carente aqui no estado do Paraná”, afirma Emanuel Maltempi.

De acordo com a UFPR, a vacina possui baixo custo de produção e conta com matéria-prima 100% nacional, algo que pode facilitar a vacinação no Brasil. “Os cientistas esperam avançar para a fase clínica (em que ocorre a testagem em pessoas) no ano que vem. A tecnologia do imunizante envolve nanopartículas biodegradáveis, ou seja, partículas muito pequenas que desaparecem no organismo sem causar efeitos colaterais. Essas substâncias se ligam ao SARS-CoV-2 e estimulam o corpo a produzir defesas contra a Covid-19. Até agora, testes em camundongos atestaram que a concentração de anticorpos produzidos pela vacina da UFPR é maior do que a do imunizante da parceria AstraZeneca/Oxford. Além disso, a tecnologia poderá ser usada para combater outras doenças no futuro”, detalha.

“Através da campanha Vacina UFPR, a sociedade também pode contribuir para a continuidade dos testes com doações financeiras. É possível encontrar mais detalhes da campanha e também como doar no site da iniciativa no link: https://vacina.ufpr.br/ “, finaliza a assessoria da universidade. 

Com informações da UFPR

Foto: Fiocruz/Divulgação

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