A Cidade-Mãe do Paraná recebia no início dos anos 50 a instalação de uma agência do Sesc, que posteriormente passou a denominar-se Centro de Atividades, assim como aconteceu no mesmo ano nas cidades de Ponta Grossa, Jacarezinho, Londrina e Irati.
O Sesc é o braço social do Sistema Fecomércio, que envolve ainda o Senac, que atua na formação profissional. É através do Sesc que os empreendedores do comércio de bens, serviços e turismo, fazem a chamada “transformação social”, oferecendo diversas ações e lazer.
Em Paranaguá, o Sesc já funcionou na Rua XV de Novembro, em frente ao Clube Republicano, na primeira fase. Também funcionou nas dependências do Seletinho, atual Clube Atlético Seleto, e próximo à Catedral Diocesana de Paranaguá.
A professora Paulina Scomação de Carvalho foi secretária do Sesc no final da década de setenta, na segunda fase da unidade em Paranaguá.
“Entrei no Sesc em 1978, foi um dos melhores momentos da minha vida. Era um ambiente maravilhoso, familiar com uma equipe magnífica. Trabalhei como secretária por dois anos, até o encerramento das atividades. Nesta época o Sesc já era uma referência e trazia muita contribuição para a cidade. Ofertava muitas modalidades de atividades e cursos, e muito ativo na parte de educação com diversas atividades para os pequenininhos, cultural e de esportes. Não possuíamos esta estrutura como é a de hoje, mas era de uma contribuição enorme para toda a sociedade. Como secretária ficava muito envolvida, mas a contribuição deixada ao município sempre foi a melhor possível. Foi um chororô tão grande quando acabou as atividades naquela época, e acredito que isso foi uma das questões que fez com que algum tempo depois a unidade fosse instalada em definitivo na cidade de Paranaguá, neste espaço magnífico e amplo”, comenta Paulina.
Mas foi no final da década de 80, que nasceu a ideia de se trazer em definitivo uma unidade do Sesc para a cidade de Paranaguá, como relata Ednon Fernando Zacharias, popularmente conhecido por Edinho Zacharias. “Pelo que o Sesc já havia realizado no município, após ter o conhecimento que existia uma possibilidade do Sesc retornar, foi buscar as informações”, comenta Edinho, que na época era vereador no município.
Ele conta que de posse da informação, marcou uma reunião com o então presidente do Sesc Paraná, e deu início às tratativas para a vinda da unidade para Paranaguá.
“Víamos a necessidade de instalação de uma unidade na Cidade-Mãe do Paraná, o que estava acontecendo em outras cidades do estado. Eram cursos gratuitos, para crianças e jovens, área de esportes, alimentação, uma série de atividades e benefícios, que em Paranaguá, teve na primeira fase do Sesc, mas que precisava retornar, pois nesta época não havia mais. Meu cunhado Julio Groth Elias, que trabalhava no Sesc em Curitiba, e hoje é aposentado, me disse que tinha um projeto para a instalação na cidade, e não conseguiam dar continuidade porque os municípios faziam a doação do terreno para a instalação, e até aquele momento o assunto não prosperava em Paranaguá. Diante disso, consegui uma entrevista com o presidente do Sesc na época dr. Rubens Brostolim, que me informou que realmente tinha um projeto para a cidade, mas que faltava viabilizar a doação da área. Questionei se poderia fazer um trabalho para buscar a área, recebi um pode e o presidente ficou agradecido pela iniciativa. Saindo desta reunião, vim conversar com o então prefeito José Vicente Elias que de pronto gostou da ideia e deu um sinal positivo. Foi quando iniciamos a verificação de áreas disponíveis para esta instalação. E das áreas apresentadas, ele optou por esta onde funcionou a antiga fábrica de asfalto e bloquetes, por ser de fácil acesso, e onde hoje está instalada a unidade do Sesc Paranaguá. Marcamos uma reunião com o prefeito, onde foi feita a mensagem fazendo a doação do terreno pela Câmara de Paranaguá para o Sesc. Diante disso, houve toda uma estruturação para a construção da obra. Só que durante o período de 1990 e 1991, aconteceu um problema de documentação por parte do município, então passou para o próximo prefeito que seria o Carlos Antonio Tortato, que pela importância da vinda do Sesc, mandou mensagem de novo para Câmara. Nós aprovamos a mensagem e a partir deste momento teve o início efetivo da obra, que foi concluída e inaugurada em 1996. Desde então, a unidade trouxe muitos benefícios à população de Paranaguá”, relata Edinho Zacharias, que também foi presidente da Câmara de Vereadores de Paranaguá.
Pedreiro de profissão, Edilson Lira, aos 22 anos de idade, veio de Maringá para trabalhar na construção da unidade do Sesc Paranaguá no início do ano de 1995, e aqui ficou trabalhando, casou, constituiu família, e trabalha na unidade desde a sua inauguração. “O Sesc transformou a minha vida e me deu muitas oportunidades. Vim de Maringá para trabalhar na obra e acabei ficando. Cheguei aos 22 anos, solteiro, conheci a minha esposa que é parnanguara, e acabei ficando aqui graças a Deus. Sou pai, sou avô e continuo trabalhando no SESC como técnico de Manutenção até hoje, e todo esse bem-estar é graças a este trabalho que exerço aqui na unidade de Paranaguá. Aqui pude acompanhar que o Sesc trouxe muitos benefícios para a cidade e seus moradores, então é um privilégio poder estar todo esses anos podendo ser um colaborador”, disse Edilson.
Quem também vivencia todos esses benefícios trazidos pelo Sesc, é a orientadora de atividades, Mônica Magalhães, que há 27 anos é funcionária do Sesc. “Tenho a total certeza que o Sesc foi fundamental para muitas pessoas que já passaram por aqui e contribuíram, e passam ainda. Tenho uma satisfação muito grande de ter sido professora de tantas crianças na época, e com o passar dos anos e do tempo, os filhos desses que foram meus alunos, são meus alunos hoje. Então é satisfatório trabalhar em uma empresa que a gente sabe o quanto faz pela comunidade, oferecendo diversas atividades, diversos cursos e saber que a gente está podendo transformar a vida dessas pessoas nesse sentido. É muito satisfatório e eu adoro trabalhar numa empresa sabendo que essa empresa oferece e ofertar tudo isso para a população”, externa Mônica que lembra que foi uma das primeiras funcionárias contratadas em Paranaguá. “Comecei no Sesc como assistente de matrícula, esse era o cargo nome do cargo na época. A gente trabalhava na recepção e foi lá que eu comecei em 1996. Entramos no Sesc um mês antes da inauguração, no dia 15 de Janeiro e a unidade foi inaugurada no dia 16 de fevereiro daquele ano. Nós éramos uma equipe de 36 pessoas, algumas foram saindo ao longo do tempo, e a gente vai ficando. Daquela época sou eu, a Marta, o Edilson e Adriana, desta turma que entrou em 96”, comenta.
Dos cursos e atividades que aconteciam, Mônica destaca o aperitivo Cultural e o curso de argila. “Esse curso de argila era muito importante na época para Paranaguá, trazia muitos artistas plásticos locais da época para cá que faziam o curso com a professora Marilia de Curitiba, e também dentro os eventos um que foi muito marcante foi o aperitivo cultural, que toda semana reunia entorno de 450 a 500 pessoas. Esse evento acontecia todas as quintas com música ao vivo e mobilizava mesmo a cidade. Mas também aconteceram muitas outras atividades, e sim o Sesc contribuiu e contribui demais com as pessoas e com a cidade. Está sendo maravilhoso poder vivenciar tudo isso”, afirma Mônica.
O gerente-executivo do Sesc Paranaguá, Joel Viana Rabello Junior, tendo assumido a gerência da unidade em fevereiro de 2018, fala desta transformação. “Julgo o Sesc como um equipamento (estrutura) formado por pessoas que tem um propósito, uma missão de fazer o bem, de transformar vidas. Então ouvindo as histórias que através da reportagem que a Folha do Litoral News está recapitulando desde 1950, a gente vê como esse trabalho é magnífico e grandioso.
Todos os projetos que já tivemos e hoje não existem mais, todas as pessoas que passaram por aqui e deixou seu legado, fazem parte de toda essa construção, faz parte do afetivo de muitas pessoas que já passaram como alunos, como clientes, então isso é muito rico e sou muito lindo. Poder fazer parte dessa história me deixa muito feliz e também realizado, não só profissionalmente, mais pessoalmente porque o que me move dentro do Sesc é justamente poder fazer a diferença na vida de alguém. Tem tantas empresas capitalistas, que visam lucro, e isso não é errado, é o nosso mundo, mas trabalhar em uma empresa que não visa o lucro, que visa fazer o bem, transformar vidas isso é recompensador, e também saber que estou deixando o meu legado.
Estou há cinco anos e meio no Sesc me doando ao máximo, fazendo o possível e o impossível para estar vivenciando toda a comunidade e tudo o que a cidade têm oferecer e retribuindo com todo o carinho e o profissionalismo para a cidade. Posso dizer que tudo que conquistamos nesses últimos anos que eu estou à frente do Sesc junto com a equipe que é incrível, com pessoas que têm a mesma idade dessa construção que a gente está utilizando, estão contratadas e trazendo toda experiência e todos que foram agregando até hoje, somos em 42 funcionários fora a equipe terceirizada de limpeza e vigilância. Então é muito gratificante e muito lindo trabalho realizado por todos.
Temos atualmente investimentos aproximadamente de curso gratuidade de quase três milhões de reais em Paranaguá anualmente. Cursos, atividades e ações posso falar que temos em média de 150.000 e 200.000 atendimentos ano, é praticamente um atendimento pouquinho mais a cada habitantes de Paranaguá. O que hoje nós fazemos é para transformar vidas e para fazer diferença, porque acreditamos que educação salva vidas, que o esporte salva vidas, que a cultura salva vidas e que um sorriso no rosto, um abraço e um muito obrigado, uma aprovação no vestibular, uma pessoa que lá na frente teve uma oportunidade de entrar em uma empresa, por que teve uma infância melhor dentro do Sesc é recompensador.
Não é demagogia, não é propaganda, é a realidade. Nós fazemos isso, e muitos acho que não somos um órgão do governo federal ou do governo estadual, mas isso não é real, somos uma empresa privada que trabalha para o melhor da pessoa, para a vida da pessoa, elevando aí alguma forma de através social, de ser presente e estar presente na vida principalmente da população de Paranaguá, e eu faço isso com todo amor e com todo o carinho respeitando a todos os que aqui estão sempre, pedindo licença para entrar em todas as portas que me abrem.
Aproveito para agradecer a cada oportunidade e a cada um que me estendeu as mãos e que me abriram os braços porque foi muito bem recebido em Paranaguá. Então hoje, todos os avanços e todas as conquistas com certeza todos os parceiros são parte desse crescimento. A gente não teria esses números também se não fosse a imprensa local que carinhosamente com a competência, qualificação e profissionalismo, faz com que essas informações chegassem a essas pessoas”, finaliza Joel.
Números de pessoas atendidas a partir de 2018
| 2018 | 2019 | 2022 | |
|---|---|---|---|
| Educação | 81.084 | 96.275 | 99.431 |
| Saúde | 4.230 | 4.734 | 5.217 |
| Cultura | 9.825 | 10.252 | – |
| Esporte | 114.808 | 121.633 | 157.405 |
| Ação Social | 6.982 | 7.119 | 7.822 |
| Campanhas (agasalho, brinquedo e material escolar) |
14.851 | 15.870 | 17.300 |
Obs.: Em 2020 e 2021 período da pandemia.
Novos projetos a partir de 2018 – Gestão Joel Viana
- Escolinha de esporte Aprender e Jogar para crianças e adolescentes de 7 a 17 anos.
- Cursinho preparatório para vestibulares e Enem futuro integral para adolescentes de 16 e 17 anos
- Curso de corte e costura e artesanato para adolescentes e adultos
- Pilates com aparelhos
- Modalidade do Cross Sesc
- Inovação na academia com modalidades de aulas coletivas gratuitas incluídas nas mensalidades
- Aumento de vagas na educação infantil
- A implantação da lanchonete do Sesc Paranaguá ofertando almoço de qualidade por um preço acessível a todos
- Parceria com a atleta campeã olímpica do vôlei de praia, Ágatha Rippel, onde desenvolvemos escolinha de vôlei de praia levando o nome do Sesc e do CT Ágatha.
- Implantação do trabalho social com crianças
- Aumento de turmas com o trabalho social com idosos com oficina da memória, grupo de cantoria e grupo de dança circular.
- Aumento na oferta de vagas para o curso de inglês e informática.
- Ampliação da informática com curso de variadas tecnologias, lógica de programação e games e em breve robótica.
- Implantação do Ciclo Sesc – evento ciclístico que reúne cerca de 200 ciclistas em uma rota rural.
- Implantação do Circuito Sesc de Xadrez – evento que reúne cerca de 200 enxadristas do litoral.
- Aumento das doações nas campanhas do brinquedo, agasalho e material escolar ajudando a população dos municípios do litoral.
