O secretário de Assistência Social do município, Levi de Andrade, já tem um projeto específico e bem delineado para mudar a situação das pessoas que vivem pelas ruas da cidade. Segundo ele, em pouco tempo, uma série de iniciativas, que vão desde a melhora na aparência física até a busca pela inserção no mercado de trabalho, serão implementadas de modo a dar nova dignidade a quem está em situação de rua em Paranaguá.
A intenção do secretário é aperfeiçoar os equipamentos sociais disponíveis na cidade para transformar a realidade atual em algo que sirva de exemplo para outras regiões. O chefe da pasta disse que, na atualidade, os serviços prestados pelo Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) contribuem para a finalidade que se espera atingir em um futuro próximo, mas Levi deseja ampliar o tratamento à causa contando principalmente com parcerias junto a empresas locais ou que prestam serviços à prefeitura. “Existe a ideia de fazer com que haja uma espécie de cota para que consigamos colocar as pessoas em situação de rua no mercado de trabalho, em empresas que são contratadas pelo município, para determinadas finalidades, ou que atuam com grandes quantidades de trabalhadores, principalmente exercendo serviços para a atividade portuária”, explanou.
Esta mão de obra trabalhadora, segundo as palavras do próprio secretário, seria devidamente capacitada e cadastrada para o exercício das atividades em cursos promovidos pelo Centro Pop. “A nossa ideia passa, inicialmente, por desenvolver um serviço com este indivíduo de modo a recuperá-lo para a sociedade. Obviamente que nos casos daqueles que tenham vícios, como o das drogas, eles serão encaminhados aos tratamentos de saúde disponibilizados pelo Caps ou em casas de recuperação de dependentes químicos”, explicou.
NÚMEROS ATUAIS
De acordo com um levantamento feito pela própria Secretaria Municipal de Assistência Social, cerca de mil pessoas em situação de rua estiveram, ao menos em único dia, em Paranaguá no ano de 2016. O estudo apontou ainda que seriam cerca de 150 os parnanguaras vivendo em bancos de pontos de ônibus, praças, principalmente na região do mercado, ou embaixo de marquises, como se observa no ginásio de esportes Joaquim Tramujas.
A respeito da questão da moradia noturna, existe a possibilidade de uma unidade de acolhimento ser criada para que as pessoas não fiquem em ambientes ou áreas públicas. A situação vem sendo estudada e deverá ser colocada em prática. Contudo, o secretário deixou claro que o trabalho de recuperação social se voltará especificamente aos parnanguaras em situação de rua que desejem mudar a história da própria vida. Já aqueles que são de outras localidades, estes, se assim o quiserem, vão ter a oportunidade de regressarem a suas cidades de origem. “O município vai buscar fazer sua parte para contornar este problema social atual, o qual é antes de tudo um problema de saúde, pois estamos falando de pessoas que, em sua maioria, ou são dependentes químicas ou alcoolistas”, afirmou.
Nos próximos meses, o secretário informou que vai fazer uma viagem a São Paulo onde conhecerá, de perto, as ações feitas na maior cidade do País em relação ao trabalho de ressocialização das pessoas em situação de rua. “Vamos nos cercar de todas as informações e experiências para que façamos um trabalho eficaz e que seja motivo de orgulho para a administração do prefeito Marcelo Roque”, complementou.