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Cidadania

Dia Nacional do Surdo: data propõe a reflexão e a busca por direitos

Professora tradutora/intérprete de Libras tem história de 25 anos de dedicação

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O Dia Nacional do Surdo foi celebrado nesta semana, no dia 26 de setembro. Todo o mês é voltado para a celebração dos direitos deste público, na campanha conhecida como “Setembro Azul”, em que se comemora também o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A data foi oficializada através da Lei 11.796/2008, em homenagem a criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro – Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).

Uma das principais conquistas das pessoas com deficiência auditiva foi o reconhecimento oficial da Língua Brasileira de Sinais (Libras), por meio da Lei 10.436/2002; e do Decreto 5.626/2005. As ações em torno da data ressaltam a importância de se desenvolver políticas públicas inclusivas para surdos.

25 anos de dedicação

A professora Gisele de Oliveira Cuch é graduada em História pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), especialista em Educação Especial e Educação Inclusiva pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Educação Bilíngue para Surdos/Libras Língua Portuguesa pela Universidade América Latina. Além disso, também é proficiente em Tradução e Interpretação da Libras/Língua Portuguesa através do Exame Nacional Prolibras UFSC. 

Ela atua com a comunidade surda em Paranaguá há exatos 25 anos, iniciando sua carreira na Escola Nydia Moreira Garcêz (Cedap) em 1997. Após a criação da Central Municipal de Libras, ela passou a atuar também como tradutora/intérprete de Libras em vários contextos sociais onde a pessoa surda está inserida e depende da acessibilidade linguística.

“Como por exemplo: na área da saúde (atendimentos médicos, consultas, exames), na área jurídica, no ramo imobiliário onde a pessoa surda necessita locar ou financiar um imóvel, nas empresas (para contratação de pessoas surdas, entrevistas de emprego e capacitações das empresas), na área da cultura (através de eventos, teatro) e em todos os pronunciamentos públicos de interesse geral para população”, contou Gisele.

Para ela, ser canal de comunicação ou ponte para o diálogo entre pessoas surdas e pessoas ouvintes é um trabalho gratificante.

“Uma experiência em que aprendo cada dia um pouco mais sobre a cultura surda, sobre seus anseios e necessidade de comunicação”, frisou Gisele.

Acessibilidade

A Lei 10.436/02 e o Decreto de 2005 responsabiliza o poder público e as entidades privadas a proverem o tradutor/intérprete de Libras para estudantes e universitários surdos, tanto na Educação Básica quanto no Ensino Superior como garantia de direito a acessibilidade linguística, garantindo não só a matrícula, como a permanência nos espaços educacionais.

“Hoje também através da legislação citada há a obrigatoriedade do Ensino da Disciplina de Libras para os Cursos de Formação de Professores (magistério), nos Cursos de Pedagogia e também nas licenciaturas, ou seja, hoje todo professor ao se formar obrigatoriamente teve a disciplina de Libras em seus currículos, o que para nós é um avanço”, destacou Gisele.

Esses avanços colaboram com a inclusão e incentivam a busca por mais direitos. “A importância da visibilidade da comunidade surda é fazer nascer questionamentos e com eles a necessidade de se garantir em um País laico e democrático o direito de ir e vir das pessoas, bem como a premissa básica de garantia e respeito a sua singularidade linguística”, finalizou Gisele.

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