Com a missão de atuar na promoção e defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania da comunidade LGBTIQIA+, Paranaguá e o litoral do Paraná podem contar com uma nova representação. Trata-se da Aliança Nacional LGBT, um coletivo com dimensão nacional, um coletivo pluripartidário, que não tem fins lucrativos e é constituído por pessoas da sociedade civil.
A coordenadora da entidade em Paranaguá, Bhranda Santos, fala sobre a sua nomeação e a conquista do coletivo para Paranaguá e litoral. “A implementação do coletivo está se iniciando e fui nomeada recentemente, porém, na minha concepção, a chegada do coletivo é um sinal de que as pautas estão sendo fomentadas visceralmente pela sociedade, embora ainda se tenha muito preconceito e retaliações por parte de grupos, a chegada do coletivo a Paranaguá e ao litoral, é um espaço conquista e que no decorrer do tempo será ampliado. O coletivo emerge na nossa cidade justamente pelas carências, episódios de preconceito e violência, porém, sobretudo, pela necessidade de um espaço para a comunidade LGBTQIA+ do nosso litora”, destaca Bhranda.
Desafios da coordenação
Questionada sobre quais os desafios desta nova coordenação, ela enfatiza que são várias as temáticas que envolvem a comunidade. “Os desafios da coordenação aqui são bem evidentes. Temos muitas questões sensíveis para as temáticas e problemáticas que envolvem a comunidade. Por exemplo, retaliações por parte de grupos que ‘’não concordam’’ com a existência de coletivos como a aliança por valores morais e por acharem que pessoas da comunidade LGBT, são aberrações. É um problema muito sério, porque pensamentos e posições como essa acabam por incentivar que sejamos agredidos verbalmente, psicologicamente e fisicamente. No entanto, acredito que aqueles e aquelas que se somarem à luta nos ajudarão a combater os preconceitos. O maior desafio é assumir uma responsabilidade como essa”, enfatiza Bhranda.
Importância do coletivo
A coordenadora externa que a principal atitude é o respeito à diversidade. “Como LGBT considero muito importante a chegada desse coletivo em nossa cidade, sobretudo, porque nós existimos, quer as pessoas ‘’aceitem’’ ou não. Não enxergo que precisamos ser aceitos, mas respeitados. A diversidade está posta à mesa, diante disso, é importante que se tenha um lugar de acolhimento, entendimento e discussão sobre um tabu que há muito tempo deveria ter sido quebrado”. “Embora digam por aí que é uma escolha ser LGBT, digo que a única escolha que fiz foi me aceitar. Ninguém opta por passar por situações de preconceito, violências verbais, físicas e psicológicas, ao contrário, são as pessoas que optam pela ofensa, ao invés do respeito. Não queremos nada além de respeito, afinal, somos cidadãos e cidadãs como qualquer outra pessoa. Ser LGBT é parte de uma realidade onde somos criminalizados por sermos nós mesmos. Minha mãe no início apresentou muita resistência sobre minha orientação sexual e para ela foi muito difícil. Hoje em dia, depois de muitos momentos difíceis, ela se tornou minha maior aliada. Para ela, minha orientação sexual não modifica meu caráter, não muda em nada. Isso é bem importante na nossa vida, é muito triste e dolorido você ser atacado porque alguém acha que pode te atacar, porque não é heterossexual”, completa.
Bhranda destaca que “a comunidade LGBT está presente em Paranaguá e, neste momento, o coletivo em sua fase de implementação e posteriormente estará aqui para todos e todas”.