O bombeiro Valmir Roberto Martins Júnior, que integra a 1.ª Companhia de Blumenau (3.º Batalhão de Santa Catarina), embarcou na semana passada para Brumadinho, em Minas Gerais. Ele integra a missão da força-tarefa nas buscas pelas vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de minério da mineradora Vale.
O grupamento enviou dois bombeiros militares para buscar desaparecidos. Após uma semana de atividades, marcadas, principalmente, pela emoção e superação de desafios, ele contou um pouco da sua experiência.
Valmir e o Cabo Carlos integram o 3.º Batalhão de Santa Catarina
O rompimento da barragem foi um desastre ambiental e uma tragédia para diversas famílias.
“Percebi a magnitude do prejuízo quando fizemos voos para chegar aos locais de buscas, afinal, a grande maioria das vias está interditada ou destruída pela lama de rejeitos”, contou.
Valmir também ressaltou que o povo de Brumadinho é muito acolhedor. “As pessoas nos tratam como heróis. Mas, o que fazemos é um trabalho de garimpar o conforto de uma família, para que ela possa realizar um enterro digno daquela pessoa que faleceu na tragédia”, destacou.
Ele também ressaltou que o local é muito extenso, a lama é densa e não permite a progressão caminhando. “Em vários locais precisamos utilizar técnicas de auto- salvamento, que são doutrinas específicas do curso de intervenção em áreas deslizadas”, explicou.
Para ele, a experiência de poder contribuir nessa missão é muito relevante para a carreira de bombeiros.
“Haja vista que se trata do maior acidente de trabalho com mortes no Brasil. Dificilmente teremos um evento catastrófico como esse e espero não viver ou assistir algo como o que tenho visto aqui”, explanou.
“Ainda assim, preciso dizer que os bombeiros de Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Distrito Federal e Sergipe são exemplos de perícia e profissionalismo. Quando retornarmos para Santa Catarina teremos muitas informações para contribuir na prevenção e resposta aos eventos de grande magnitude”, finaliza.