"A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano". Essa frase pertence a João Paulo II, o qual foi o líder da Igreja Católica durante um longo tempo e buscou, durante seu papado, pregar a paz e a harmonia, promovendo avanços consideráveis na visão dos fiéis e comandantes da denominação religiosa. A religião não é antagônica ou dissociada da sociedade em geral, muito pelo contrário, é parte integrante, daí a importância da abertura de diálogo sobre os mais diferentes problemas que afetam o meio social e uma dessas questões está ligada justamente à violência doméstica e a tão comum inferiorização da mulher.
Quando o então papa e atual santo católico João Paulo II se expressou com a frase acima, remeteu a uma situação que traz medo, revolta, consternação e outros variados sentimentos: a violência contra a mulher, fator que se refere à vergonha, pois evidencia aspectos que devem ser combatidos e superados em qualquer sociedade contemporânea, dentre os quais o machismo, preconceito, desrespeito, amor e cordialidade entre as pessoas.
A mulher precisa ser valorizada e encontrar respaldo em todas as frentes sociais para que possa ter seus direitos resguardados. Juridicamente, há inúmeras leis voltadas a proteger os cidadãos, e a Lei Maria da Penha veio como uma conquista nesse universo, pois visa a punir de forma mais severa algo tão comum no cotidiano atual: agressões, ameaças, violência psicológica, sexual e outros fatores. É válido se ressaltar que todos esses quesitos contribuem e acarretam prejuízos incontáveis para as mulheres vítimas.
Em virtude de todos os problemas elencados, percebe-se a necessidade de se haver delegacias voltadas ao atendimento a mulheres, pois já é uma forma de vergonha e intimidação a agressão sofrida, não cabe mais exposição a ambientes em que a pessoa se sinta mais acuada. Assim, com o espaço adequado, a mulher pode se sentir mais acolhida e apoiada, favorecendo o combate a esta mancha social que se torna mais intensa dia após dia.
No entanto, em matéria nesta edição, pode-se perceber que na maioria dos municípios brasileiros não há delegacia de atendimento exclusivo à mulher, o que deve ser observado com mais atenção por autoridades e poderes constituídos, pois é essencial que essa parcela social seja mais assistida e, consequentemente, a violência doméstica seja coibida com mais rigor.