Iniciou ontem, em Paranaguá, a tradicional Festa da Tainha, a qual abre oficialmente o calendário de eventos do mês de junho, julho e agosto, na cidade. Na sequência, o município tem como forte a Feira das Nações e o Encontro Internacional de Motociclistas, evento que, segundo o setor hoteleiro e gastronômico da cidade, é o que mais impulsiona o turismo local.
Apesar da boa repercussão dos eventos elencados para a movimentação na Cidade Mãe do Paraná, é preciso aproveitar o momento tão oportuno de divulgação da cidade pelo País, para não apoiar-se apenas nelas como fórmula para a indução do turismo no município. Isso porque o potencial que Paranaguá possui pode fazer com que a cidade realize eventos mensais que se transformem em tradição anual para turistas e visitantes.
É o que acontece em cidades como o Rio de Janeiro, que consegue aumentar em 20% a ocupação na rede hoteleira com a realização de maratonas atléticas, em Gramado, na Serra Gaúcha, em que uma simples feira de livros ou degustação de queijos e vinhos se torna atrativo turístico tradicional ano a ano. Na Paraíba, por exemplo, a tradição das festas juninas chega a levar 3 milhões de visitantes para Campina Grande, injetando R$ 300 milhões na economia local e geração de três mil empregos diretos e indiretos.
Ou seja, Paranaguá é, por si só, uma das cidades brasileiras com grande potencial turístico natural. Isso porque a geografia, o meio ambiente e a tradição histórica e cultural a impulsionam naturalmente, sem interferências, como destino turístico. Porém, não é de agora que o turismo na cidade mais antiga do Estado não tem como forte a visitação, mas sim negócios, e muitos relacionados à área portuária.
Mas, Paranaguá luta para poder abrigar eventos de grande porte, caso tenha público certeiro para festas o ano todo. E isso depende de uma série de ações, as quais começam com a infraestrutura, condições para que o comércio local possa estar preparado, além dos cuidados de toda a população, que começa com a limpeza de suas calçadas e a manutenção de seus estabelecimentos. É preciso que os próprios cidadãos vivam como moradores em uma cidade que possa depender do turismo. Lutar pelo título local do barreado, pela volta do trem de passageiros, pela qualificação de mão de obra em estabelecimentos comerciais, tudo isso depende de cada um dos parnanguaras. Jogar a culpa nos governantes, no empresariado, ou em qualquer outra esfera, é se eximir de uma responsabilidade que é de todos.
Se é imprescindível lutar pelo turismo local, que ele comece pela atitude dos cidadãos da cidade em prestigiar um evento local, em torcer, incentivar, divulgar uma realização da cidade. Esta tem que ser uma bandeira de todos.