O obscurantismo, bastante em voga no Brasil nos dias atuais, tem como significado o estado da pessoa que se encontra na escuridão, refratária ao progresso, privado de luz, e ou na ignorância. E, apesar de ser um conceito ligado à Idade Média, quando pensamentos arcaicos predominavam na sociedade, ainda hoje, em pleno século 21, é possível perceber resquícios e o resgate de um obscurantismo que atinge todas as áreas.
Costuma-se confundir, no Brasil, ideias e ações primitivas como parte de um comportamento de conservadorismo. Porém, o que está em destaque, na verdade, é o obscurantismo, advindo da propagação da desinformação, resistência e atraso intelecto-cultural seja por motivos pessoais, coletivos, culturais, e mesmo religiosos.
A maior prova justificada de que esse pensamento ressurge com força no País nos dias atuais, por exemplo, são os movimentos antivacinas, a negação de mudanças no clima, a propagação de “fake news” e, principalmente, a falta de bom senso e discernimento para saber o que é fato ou boato.
Na área da saúde, com a desinformação, a propagação de boatos e o movimento contra a vacinação, o Brasil perdeu a certificação de País livre do sarampo. O surto da doença atinge diversos Estados e, mesmo assim, ainda há quem tenha receio em ser imunizado ou imunizar uma criança.
Com isso, acredita-se que o brasileiro vive um retrocesso. Mães que acreditaram em “fake news”, hoje, podem chorar a morte de seus filhos que não foram imunizados.
E os retrocessos vão além. Afetam o maior valor da humanidade, que é a vida, e chegam em manifestações retrógradas, como a liberação de armas em discurso de “olho por olho dente por dente”, o marco regulatório dos agrotóxicos e atingem o pensamento social através de políticas, as quais afirmam que “passar fome no Brasil é uma mentira”.
Se as datas dos principais acontecimentos não fossem registradas, poderiam ser descritas como situações ocorridas em outras épocas. Sabe-se, portanto, que a ignorância tem sido uma das maiores mazelas da humanidade.