A escola tem desempenhado um papel de extrema importância que vai além da educação. Os professores e pedagogos são grandes aliados dos direitos da infância e da juventude, muitas vezes são eles que observam mudanças no comportamento das crianças e dos adolescentes, que podem indicar alguma violação de direito ou algum problema que afete sua saúde física e mental.
Nesta sexta-feira, 13, acontece em Paranaguá um workshop voltado aos pedagogos, com organização da Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção. O tema a ser discutido é o suicídio entre crianças e adolescentes e as formas de prevenção, capacitação fundamental para diminuir os terríveis índices presentes no Brasil e no mundo.
O suicídio é a segunda causa de morte no País entre pessoas com idade entre 14 e 29 anos. O Ministério Público do Paraná revela que a tentativa de autoextermínio é a principal causa de emergência psiquiátrica em hospitais gerais. Os números de pessoas que tiraram a própria vida só avançaram nos últimos dez anos. Um estudo indicou que quase 100% dos que cometem suicídio apresentam algum transtorno mental.
Por isso, se esses problemas forem reconhecidos por familiares e amigos e receberem o devido atendimento com antecedência, muitos casos podem ser evitados. A campanha do Setembro Amarelo surge justamente para isso, para divulgar o assunto e mostrar que cada um pode ajudar na redução desses episódios.
Quanto mais o tema for levado para debate e chegar ao conhecimento de pedagogos, professores, pais e da sociedade em geral, menos crianças e adolescentes vão querer tirar a própria vida. Para muitas pessoas, é difícil compreender, sem julgamentos, o que faz um jovem na faixa etária de 14 a 29 anos cometer suicídio, em uma fase apontada como a preferida de muitos. Uma das respostas pode ser a mudança nas relações, que têm se tornado cada vez mais superficiais, pautadas no individualismo.
Espera-se que, com esse workshop promovido pelo município, esses pedagogos sejam multiplicadores, capacitados para mostrar a quem precisa que a melhor saída não é o suicídio, que existe tratamento para as doenças psicológicas e que há pessoas para ouvi-las e oferecer o acolhimento necessário.