Durante as festas de Carnaval, as ruas ficam cheias, os clubes promovem atrações especiais, as atenções se voltam para o samba, para os blocos carnavalescos e para os desfiles das agremiações. Tudo vira festa. Tudo vira “hit” de Carnaval. Mas, um dos quesitos que não diz respeito às alas, ao samba-enredo ou às alegorias deve ser julgado com o maior rigor pela comunidade, em geral. E ele diz respeito à segurança das crianças e adolescentes.
O Disque 100, que recebe denúncias de violações de direitos das crianças, registra aumento de 20% de queixa durante o Carnaval. Das 153.510 denúncias de violações de direitos humanos feitas ao canal no ano de 2015, 11,42% foram de violência sexual (abuso e exploração). Desse total, 45% foram contra meninas e 39% contra meninos. Entre as principais vítimas estão as crianças de 4 a 11 anos.
Neste aspecto, uma rede escolar do País desenvolveu uma campanha com o intuito de orientar as próprias crianças a se defenderem contra abusos no Carnaval. Assim como chamou a atenção da rede escolar, o tema também merece atenção dos pais.
Nesta linha, foi assinado na quinta-feira, 21, com apoio do Governo do Estado, um documento que institui a “Força-Tarefa Infância Segura”, idealizada pela Secretaria de Estado de Justiça, Trabalho e Família e integrada por diversos atores do sistema de garantia de direitos, entre eles o Ministério Público do Paraná. A assinatura ocorreu no Tribunal de Justiça do Paraná.
A área é citada como prioridade e é imprescindível que o tema tenha tal atenção. Este, sem dúvidas, é um grande passo que o Estado do Paraná dá em benefício das crianças, já que apenas no ano passado, 1.440 menores foram alvo de diversos crimes. Ao menos estes foram relatados ao Disque Denúncia e foi possível tomar alguma providência, mas vale lembrar que muitos dos casos são velados e essa realidade pode ser ainda maior.
Que essas ações da “Força-Tarefa Infância Segura” para os próximos meses possam colaborar com o futuro do Paraná. Construir políticas públicas que visam o bem estar e a garantia dos direitos das crianças jamais devem ser vistas como gasto, mas como importantes investimentos que devem estar alinhados com a construção de uma sociedade mais digna e justa.