A população de Paranaguá tem sentido os efeitos da paralisação dos caminhoneiros, iniciada na segunda-feira, 21. A alteração de alguns serviços tem afetado os trabalhadores e a população em geral, desde a redução de horários no transporte público coletivo até a diminuição das operações no Porto de Paranaguá. A mobilização ocorre em todo o País e, até a manhã de quinta-feira, 24, havia cerca de 185 manifestações em estradas do Paraná. Confira o que mudou:
HOSPITAL REGIONAL
A diretoria do Hospital Regional do Litoral (HRL) afirmou que ainda não teve prejuízos no atendimento hospitalar, mas que estão racionando materiais e o consumo de combustíveis para não afetar o serviço aos pacientes. Alguns profissionais de outras cidades estão com dificuldades para chegar ao Hospital, contudo isso não tem afetado o atendimento.
EDUCAÇÃO
As aulas nas escolas da rede municipal de ensino de Paranaguá foram suspensas na quinta e sexta-feira. A decisão é justificada pela falta de combustível que afeta a chegada de professores e pais com alunos. Além disso, outros suplementos essenciais para o funcionamento das escolas não foram recebidos. A Prefeitura de Paranaguá ressaltou que não haverá prejuízo educacional em função da reposição posterior das aulas. Já as aulas da rede estadual permanecem inalteradas.
A Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus Paranaguá, emitiu uma nota para comunicar a suspensão das aulas, por tempo indeterminado, em virtude da paralisação. A instituição considerou a dificuldade de deslocamento dos alunos para frequentar as aulas e a segurança da comunidade universitária.
CORREIOS
Os Correios suspenderam temporariamente as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Já as postagens do Sedex tradicional e do serviço PAC (entrega não expressa) estão ocorrendo normalmente, segundo a empresa.
COLETA DE LIXO
A Prefeitura de Paranaguá informou que a coleta de lixo domiciliar permanece normal. Porém, a coleta de recicláveis e de entulhos foi suspensa temporariamente.
TRANSPORTE PÚBLICO E RODOVIÁRIO
A Viação Rocio, responsável pelo transporte público em Paranaguá, comunicou que as linhas de ônibus seguirão os horários de sábado na sexta-feira, 25. A empresa informou que não há combustível suficiente e que se o problema persistir, há possibilidade de os serviços pararem no sábado, 26.
A Viação Graciosa informou que somente 70% dos ônibus da linha metropolitana de Curitiba circulam. No litoral, não haverá circulação nos horários de reforço. Se a paralisação persistir, alguns horários serão suspensos até a volta do abastecimento de combustível. As encomendas realizadas pela empresa foram interrompidas até o término mo movimento dos caminhoneiros.
ASSOCIAÇÃO DOS BARQUEIROS
A Associação dos Barqueiros do Litoral do Paraná (Abaline) divulgou que os horários de transporte para a Ilha do Mel, por enquanto, permanecem inalterados. Segundo a Abaline, há combustível suficiente para mais dois dias. No entanto, se a paralisação continuar, os horários poderão ser mais escassos a partir de sábado.
FROTAS ESTADUAIS
O Governo do Estado do Paraná divulgou que tem dado prioridade ao abastecimento de ambulâncias, viaturas das polícias e Corpo de Bombeiros em função da paralisação dos caminhoneiros. Veículos que não desempenham funções essenciais permanecerão nos pátios.
Qualquer liberação desses veículos que não têm funções essenciais só pode ser realizada com autorização expressa da Direção Geral do órgão solicitante. A determinação da governadora Cida Borghetti foi repassada a todos os setores do Estado pela Secretaria da Administração e da Previdência.
IMPACTO NO PORTO
O Porto de Paranaguá também tem sentido os efeitos da paralisação com a diminuição de 27% ao dia das operações de granéis vegetais e fertilizantes, saindo de 150 mil toneladas para 110 mil toneladas na quinta-feira.
De acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), depois de quatro dias de paralisação total das atividades rodoviárias, os estoques de grãos para exportação nos armazéns estão com 51% da capacidade total do porto. Deste modo, o porto registrou uma queda nas exportações de granéis de 15 mil toneladas por dia, passando de 85 mil para 60 mil toneladas diárias.
Já a importação de fertilizantes foi interrompida em berços de atracação em que o transporte da carga é feito por caminhões. Apenas os berços que operam com esteiras continuam funcionando. Com isso, a movimentação de desembarque de fertilizantes caiu de 25 mil toneladas ao dia para 10 mil toneladas.
A movimentação de granéis líquidos, no entanto, mantém sua média diária de 40 mil toneladas. Os desembarques continuam normais enquanto os tanques dos terminais ainda não estão completos.
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
Segundo a Rumo, os serviços de transporte por ferrovia sofrem o impacto da paralisação porque as cargas industriais e agrícolas não estão chegando com normalidade aos terminais de transbordo. Os trens estão transportando menos, mas seguem em operação com remanejamento constante, conforme as cargas chegam aos terminais.
PROCON
O Procon-PR emitiu nota alertando os consumidores sobre o preço do combustível, para que todos exijam a nota fiscal que discrimine o valor pago por litro de combustível e a quantidade abastecida. Em casos de abuso no preço em razão da falta de combustíveis, será necessário registrar a demanda no Procon. As denúncias podem ser realizadas pelo telefone 0800-411512. Além disso, agora também é possível fazer a denúncia no site do órgão.
AGRICULTORES EM MORRETES
Em Morretes, agricultores também realizaram manifestação durante a quinta-feira, 24, e fecharam o acesso pela PR-407, na passagem de nível da rodovia Miguel Buffara. As composições da Rumo ficaram impedidas de passar pelo local.