O Paraná aumentou em 15% as exportações de carnes no primeiro quadrimestre de 2017, puxadas pelos embarques de carne de frango e de suínos. Foram exportados US$ 944,97 milhões nos primeiros quatro meses desse ano, contra US$ 819,4 milhões no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria do Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Os números referem-se a exportações de carne bovina, suína, de frango, de peru in natura e processada e carnes salgadas.
O resultado positivo ocorreu apesar da Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal em vários Estados e que gerou restrições à importação da carne brasileira por alguns países. “O impacto da operação, que inicialmente provocou vários embargos contra a carne brasileira, acabou não se traduzindo em queda nas exportações no quadrimestre”, diz Júlio Suzuki Júnior, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
MAIOR PRODUTOR
O Paraná é o maior produtor de carnes do País, com forte atuação na produção de frangos e suínos. “Um fator que contribuiu para o resultado é que a produção de carnes é dominada, no Estado, pelas cooperativas agropecuárias, com um sistema integrado entre produtor e as empresas”, diz o diretor presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Kroetz.
Nenhuma cooperativa do Estado foi citada na operação Carne Fraca. “Os problemas detectados na operação, que se concentraram no desvio de conduta entre fiscalizadores e fiscalizados, foram pontuais e não abalaram a credibilidade do Estado nas exportações”, diz.
De acordo com Kroetz, outro fator que impulsionou as vendas foi a queda nos preços do milho, usado como ração, que barateou os custos, deixando a carne paranaense mais competitiva no mercado internacional.
Para Alexandre Monteiro, assessor técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), é preciso, no entanto, cautela e esperar os próximos meses para medir o real impacto da operação Carne Fraca sobre o mercado da carne brasileira no exterior. “Ainda estamos vivendo os desdobramentos. Há uma pressão por queda de preços e precisamos ver como o mercado vai se recompor nos próximos meses”, diz.