Dois caminhões transportaram botijões para distribuidoras no município
Na quinta-feira, 24, caminhoneiros responsáveis pela paralisação da BR-277 e de vias federais e estaduais em todo o Paraná e no País permitiram a passagem de dois caminhões que realizavam o transporte de botijões de gás para duas distribuidoras em Paranaguá. A decisão ocorreu após reunião entre os manifestantes, como forma de não prejudicar a população na obtenção de um item básico como o gás de cozinha. Os profissionais de transporte Therbio Castro da Silva, de Paranaguá, e Anderson Laverde, de Curitiba, acompanharam a entrega do produto nas distribuidoras, o que gerou automaticamente filas imensas de cidadãos. Os caminhoneiros fiscalizaram a venda do gás, como forma de garantir preço justo, com cobrança de R$ 50,00 por produto, e concessão de um botijão por família.
Segundo um dos líderes do movimento, o profissional do transporte Therbio Castro da Silva, é muito importante o apoio da população e das empresas à paralisação. Diariamente restaurantes, empresas e postos estão concedendo alimentação e banho aos caminhoneiros. “Estamos apoiando esta paralisação como caminhoneiro. Não há participação de sindicatos, é algo aderido por todos os profissionais. Os caminhões de gás estavam parados no posto desde segunda-feira, faltou gás na cidade, então entendemos que a população estava sendo afetada e pela unanimidade decidimos liberar. Acompanhamos a entrega nas distribuidoras, que se comprometeram conosco a cobrar o preço justo”, informa.
Caminhoneiros Therbio Castro e Anderson Laverde destacam que população está apoiando paralisação
Durante a venda dos botijões de gás, a Polícia Militar deslocou uma viatura para garantir a ordem nas distribuidoras. Segundo Therbio, o momento é da população ir para a rua somar forças com os profissionais para a redução do preço do combustível. Ainda não há previsão do fim da paralisação. “O governo não está acenando com nada de concreto, estamos aguardando”, explica.
Os caminhoneiros destacaram que não está passando nenhum combustível e alimentos pela BR-277 a Paranaguá e litoral e que somente foram liberados o gás e alguns itens perecíveis que estavam na fila. “Estamos agindo de forma pacífica, as vias estão livres, o que está sendo decretado judicialmente estamos obedecendo. O pessoal está colaborando, não há pneu queimado. Estão todos de parabéns em manter esta paralisação. Vamos ficar firmes, o Governo Federal tem que mudar e a população têm que nos ajudar. O movimento não é dos caminhoneiros, é do Brasil. O Governo Federal está achando que vamos retroceder, isto não vai ocorrer. Movimentamos o País todo. Continuaremos firmes, ajudando a população que está nos acolhendo bem. Agradeço quem abraçou a causa”, completa Anderson Laverde.
Professor Gian Cicarello estava na fila e destacou que população precisa apoiar manifesto para um Brasil melhor
EXIGÊNCIAS DOS CAMINHONEIROS
De acordo com os caminhoneiros, as reivindicações da categoria são: frete mínimo nacional, corte total do imposto PIS/CONFINS sobre diesel e gasolina, redução dos pedágios para caminhoneiros, fim da CIDE, renegociação das dívidas dos profissionais do transporte, melhoria nas condições das estradas, sendo que o Governo Federal tem até o dia 28 de maio (segunda-feira) para cumprir as exigências. Caso as pautas não sejam atendidas, haverá a partir do dia 29 de maio paralisação total das estradas federais, permitindo apenas a passagem de viaturas de polícia, ambulâncias e bombeiros, bem como paralisação total de portos e aeroportos.
Polícia Militar deslocou uma viatura para garantir a ordem nas distribuidoras
CIDADÃOS APOIAM PARALISAÇÃO
Gian Carlos Lopes Cicarello, professor, morador no bairro 29 de Julho, destacou ser a favor da paralisação. “É algo que tem que ser feito. O País não pode pagar pelos erros dos políticos. A roubalheira foi muito grande. Precisamos nos unir. Os brasileiros estão pagando um preço muito alto por isso. Os caminhoneiros estão agindo com respeito”, destaca.
Cada família pode comprar um botijão de gás, como forma de garantir o abastecimento ao maior número de cidadãos possível
José Ferreira Lima, autônomo, residente no Parque Agari, também se coloca a favor dos caminhoneiros. “A paralisação precisa ser feita para baixar o valor do combustível. Tem que ser feito algo para que a mudança ocorra. A fila existe, o transtorno é grande, mas temos que encarar”, finaliza.