conecte-se conosco

Direito & Justiça

Situação é crítica em Paranaguá

Chefe Regional da Secretaria de Estado da Família afirma que população precisa proteger suas crianças e adolescentes

Publicado

em

A Folha do Litoral News traz uma série de reportagens, nesta semana, sobre um problema que afeta crianças e adolescentes, a pedofilia. Durante as reportagens, será abordado o ponto de vista de diversas autoridades no assunto, profissionais que de alguma forma lidam com as consequências dos atos de violência e exploração sexual deste público no seu cotidiano e, muitas vezes, precisam indicar o melhor caminho para garantir os direitos das crianças e adolescentes previstos pela legislação.

Uma dessas pessoas que está atenta a este cenário em Paranaguá é a chefe regional da Secretaria de Estado da Família, Ruth Figueiredo Lima. Para ela, não é possível hoje dizer em números sobre o patamar que o município se encontra em comparação com os outros do Estado, mas é fácil observar que a situação é crítica.

“Temos Paranaguá como um local extremamente crítico. Atribuo ao fluxo de pessoas de fora, à falta de divulgação, de conversar com as pessoas. Não estão dando a devida importância ao tema, não entendem a gravidade da situação porque desconhecem os fatores que provocam este tipo de violência. Os pais não participam de reuniões educativas, de reuniões nas escolas”, relatou Ruth.

Por isso, a importância dos órgãos contribuírem na alimentação dos dados. “O nosso papel enquanto Estado é fazer com que todos esses dados sejam alimentados, porque aquilo que a gente não conhece, não existe”, disse Ruth explicando que isso dificulta a criação de políticas públicas.

 


“Essa cultura de achar que o problema do vizinho não é dele é errada. O problema é meu, é do outro vizinho, é da comunidade e da sociedade”, afirmou Ruth Figueiredo

 

PREVENÇÃO

De qualquer forma, as ações de prevenção são realizadas em todo o litoral para levar informação aos moradores. “O Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente trabalha em parceria com a secretaria e uma das nossas maiores atuações é justamente na prevenção deste tipo de acontecimento”, frisou Ruth.

As campanhas educativas são amplas com enfoque não somente na pedofilia, mas na violência contra a criança e o adolescente como um todo. “Não podemos separar a pedofilia das outras formas de violência, porque é uma consequência da violência. Temos várias campanhas durante todo o ano sobre a exploração sexual de crianças e adolescente”, afirmou Ruth.

Vale ressaltar que são comuns as ações realizadas em eventos já previstos em calendário, como Carnaval, festas locais e o dia 18 de maio, que é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual.

MAIOR DIFICULDADE

A grande dificuldade encontrada na luta para combater esse mal que afeta tantas crianças, é a presença do agressor dentro da própria família. “A violência muitas vezes acontece dentro de casa, fica restrita ao núcleo familiar. Infelizmente, os familiares são os maiores agressores”, disse.

A chefe regional da Secretaria de Estado da Família ainda salientou que o problema não acontece só com meninas, como também com meninos. “Até um tempo atrás isso não se falava muito pela questão do machismo, mas eles também sofrem e também são vítimas dos próprios pais e isso é altamente preocupante”, contou.

DENÚNCIAS

O último levantamento feito pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social apontou que, em fevereiro e março deste ano, o número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes no Paraná aumentou 205%, no comparativo com o mesmo período de 2016. O aumento foi registrado após lançamento da Campanha de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Estradas, em fevereiro.

As denúncias podem ser feitas através do telefone 181, canal do Estado do Paraná que funciona 24h. As ligações são gratuitas, sigilosas e podem ser feitas de qualquer telefone. “Temos que ter um pouco de reponsabilidade social. Essa cultura de achar que o problema do vizinho não é dele é errada. O problema é meu, é do outro vizinho, é da comunidade e da sociedade. Temos que proteger as crianças, não é preciso se identificar. Se eu me calo diante de uma injustiça, eu sou cúmplice”, ressaltou Ruth.

EXPLORAÇÃO SEXUAL

A exploração pode ser pornografia, tráfico para fins sexuais, exploração sexual agenciada e exploração sexual não agendada. O perfil das vítimas é composto por meninos e meninas que vivem em condições precárias de moradia, não possuem um ambiente familiar saudável e, geralmente, estão fora da escola. os motivos estão relacionados à situação de pobreza, abandono ou ilusão de que as condições de vida possam melhorar.

As consequências mais comuns para as vítimas são atraso no desenvolvimento, baixa autoestima, fadiga, confusão de identidade, ansiedade, medo de morrer e uso de drogas. Sem contar o risco maior: as doenças sexualmente transmissíveis.

Continuar lendo
Publicidade










Em alta

plugins premium WordPress