Psicóloga alerta para o perfil do pedófilo

Uma das áreas que precisam lidar com o tema pedofilia é a psicologia. A psicóloga Adriana Grosse explicou que nem sempre é fácil identificar um pedófilo, pois normalmente ele não se mostra uma pessoa agressiva e maldosa. Além disso, a profissional divulgou um alerta que pode ajudar pais, professores e qualquer outro tipo de público que lide com crianças a identificar o problema e, principalmente, encaminhar para tratamento.

“Geralmente é uma pessoa legal, boazinha, tem todo um aparato que não conseguimos acreditar no contrário”, expôs. “Não é fácil identificar porque eles manipulam, mentem e, de alguma forma, se aproximam da criança, levando doces, brinquedos, dinheiro, levando ao cinema. Aparentam adorar crianças e é aí que mora o perigo”, completou.

Em muitas situações, o pedófilo se aproxima da família. No entanto, em vários casos ele está dentro do círculo familiar, podendo ser pais, tios, avós ou padrastos. Em virtude disso, pais e responsáveis devem estar atentos ao comportamento das crianças. “É preciso ficar atento quando tem alguém que goste muito de criança, quase todo mundo gosta, mas é onde os pais precisam estar em alerta para até que ponto gosta de verdade. Muitas vezes, isso vai conquistá-la e o pior é que fazem isso de maneira discreta, não chegam abusando ou acariciando, vai levar um bom tempo para conquistar a confiança e depois começam com o abuso”, explicou Adriana.

 

“Eles vão seduzir as crianças a ponto de convencê-las de que estão erradas. Fazendo com que elas acreditem que o que aconteceu foi só uma brincadeira”, afirmou a psicóloga Adriana Grosse

 

Descobrir o pedófilo pelo perfil manipulador é muito difícil, já que normalmente são pessoas das quais ninguém desconfia. “O abuso pode ser sexual, com o toque nas partes íntimas, beijo na boca e o estupro. Eles vão seduzir as crianças a ponto de convencê-las de que estão erradas. Fazendo com que elas acreditem que o que aconteceu foi só uma brincadeira ou, ainda, fazendo-as acreditar que só fez porque a criança gostou. Precisamos preparar as nossas crianças para que isso não aconteça”, enfatizou Adriana.

SINAIS DE ALERTA

As crianças podem apresentar alguns sinais que servem de alerta para que os pais ou responsáveis desconfiem da ação de um pedófilo. Segundo a psicóloga, elas tendem a se fechar, vão mal na escola, começam a ficar agressivas, não querem mais brincar e ficam inseguras.

“Elas podem ainda fazer xixi na cama, que é um sintoma de regressão. Ela fica agressiva ou ela se fecha, porque o perfil do agressor é pegar crianças mais frágeis, que se sintam emocionalmente desprotegidas. Os pedófilos buscam pais separados ou uma família desestruturada, onde vê que os pais não dão apoio emocional aos filhos”, ressaltou a psicóloga.

COMO EVITAR?

Os pais podem agir para evitar que suas crianças sejam vítimas de pedofilia. A principal orientação profissional é que haja sempre diálogo dentro de casa para que as crianças possam se sentir à vontade para contar sobre o que acontece no seu dia a dia. “No consultório, a gente ouve muito, mais do que gostaríamos de ouvir, que foram abusadas e que sentiram medo, porque os pais não passavam essa segurança para que elas contassem”, ressaltou Adriana. “A gente pode explicar que nos órgãos genitais só a mãe, caso for a cuidadora, que pode pegar, que pode dar banho. Seja qual for o adulto que quiser passar a mão ou colocar no colo, abraçar, apertar e ela se sentir desconfortável ou com medo, deve contar aos pais”, orientou a psicóloga.

SERVIÇO

Apenas em 2016, o Disque Denúncia Nacional (Disque 100), recebeu 77.290 relatos de violação dos direitos das crianças e adolescentes. São 211 casos por dia.