Direito & Justiça

Postar ou replicar informações inverídicas na internet é crime

Boatos são muitas vezes virais nas redes sociais e podem levar a sérias consequências

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Todos os dias surgem novos boatos através das redes sociais como Facebook e grupos no WhatsApp. O problema é que muitos acreditam nas informações postadas por pessoas mal-intencionadas. Anunciar uma informação inverídica pode ocasionar resultados trágicos à vítima acusada na postagem ou causar pânico entre a população.

O delegado adjunto da 1.ª Subdivisão Policial de Paranaguá, Nilson Diniz, desmentiu nesta semana o boato que circulou pela Internet nos últimos dias sobre a suposta tentativa de sequestro do aluno de um colégio na cidade. A falsa informação ganhou força na segunda-feira, 19, com o compartilhamento em vários grupos do aplicativo WhatsApp e também no Facebook, originando boatos de ação de uma gangue de sequestradores de crianças na região.

Este não foi o único boato que se espalhou pelas redes sociais. Com a facilidade e agilidade que a Internet proporciona, a divulgação de boatos e farsas na Internet tem sido cada vez mais comum e até perigosa. Os hoaxes, plural de hoax, palavra em inglês que significa embuste ou farsa, têm como objetivo enganar pessoas, gerar comoção, difamar alguém, entre outras situações enganosas.

Em recente entrevista à Folha do Litoral News, Diniz enfatizou que passar informações falsas pode ser caracterizado como crime. “Se essa informação infundada atingir a honra de uma pessoa, pode ser caracterizada como crime contra a honra e essa pessoa pode ser responsabilizada”, afirmou.

Para o delegado, o maior problema é a disseminação rápida da notícia. “O grande problema é a velocidade que essa informação é transmitida por meio das redes sociais. Inclusive, o Código Penal admite um tratamento mais gravoso para quando essa replicação é feita por meio da Internet ou qualquer outro meio que possibilite um acesso de muitas pessoas ao fato”, informou. “É de suma importância que quem receba determinada informação primeiramente verifique a veracidade dela. Depois realize um juízo pessoal de se aquilo vai atingir a honra da pessoa a quem aquele fato está sendo imputado”, orientou.

 

PUNIÇÃO

Tanto quem fez a postagem pela primeira vez como quem replicou pode ser punido legalmente. “Não é responsabilizada apenas a pessoa que postou pela primeira vez, mas sim, todas as que retransmitiram essa informação”, alertou o delegado.

 

POPULAÇÃO

Muitas pessoas já estão cientes de que a maioria das mensagens espalhadas pelos grupos é falsa. Mesmo assim, muitas outras continuam replicando o boato recebido. Rose Aparecida de Miranda, moradora no Povoado Ribeirão, disse que desconfia das mensagens recebidas. “Não acredito em tudo que recebemos porque muitas mensagens são inventadas por pessoas que não devem ter nada melhor para fazer. Essas informações se espalham muito rápido e é algo complicado, pois alguém pode até sofrer algum tipo de represália por ter seu nome envolvido em uma mensagem falsa”, avaliou Rose.

Larissa Miranda dos Santos também reside no Ribeirão e concorda com Rose. “Essa disseminação de informações falsas é complicada. Há coisas que postam que é evidente que são falsas. Não há motivo para repassar algo assim”, observou.

Sirlei Rocha, moradora no Bockmann, disse que algumas mensagens realmente parecem ser verdadeiras. “Lamentavelmente parece que é verdade porque muita gente está publicando a mesma informação no Facebook e no WhatsApp e a gente acaba acreditando”, comentou. Sirlei disse que, apesar de acreditar em muitas das publicações, é preciso tomar cuidado antes de repassar. “É preciso tomar cuidado para não repassar uma informação falsa”, afirmou. Sirlei comentou que não sabe como identificar quando a notícia é verdadeira ou falsa.

Yasmim de Paula da Costa, moradora na Vila Guarani, garantiu que nem lê tais mensagens. “Geralmente só abro para sair a notificação de entrada de mensagem e a ignoro porque se for uma notícia verdadeira ficaremos sabendo através dos veículos de comunicação oficiais”, frisou. “Na verdade é criada muita tempestade em copo d’água. A pessoa nem sabe o que realmente aconteceu e espalha a informação sem ao menos verificar a veracidade da mesma. Isso pode levar a consequências sérias como causar pânico ou mesmo acusar uma pessoa inocente por um crime, por exemplo”, opinou Yasmim.

Morador no Porto dos Padres, Gabriel Siqueira também ignora a mensagem. “Não leio, só ignoro. A maioria dessas mensagens é falsa e não há motivo para repassar nem mesmo para ler”, enfatizou.

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