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Direito & Justiça

Patrulha Maria da Penha é implantada em Paranaguá

Objetivo é fazer o acompanhamento das mulheres que estão sob medidas protetivas

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Uma solenidade na manhã de quarta-feira, 30, na Praça dos Leões, marcou um momento histórico no combate à violência contra a mulher através da implantação da Patrulha Maria da Penha em Paranaguá. Autoridades ligadas aos setores de segurança e representantes da sociedade civil prestigiaram o evento que sinaliza um avanço no combate à violência contra a mulher em Paranaguá.  

SEGURANÇA

A Patrulha ficará sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Segurança, através da Guarda Civil Municipal. O serviço inicia em Paranaguá, contando com uma viatura e um efetivo de sete guardas.

Patrulha será coordenada pela comandante da guarda civil municipal, Márcia Garcia

A coordenadora da Patrulha, a comandante da Guarda Civil municipal, Márcia Garcia, ao fazer uso da palavra, ressaltou a importância da iniciativa. “É com grande alegria, como mulher e comandante da Guarda Civil Municipal, poder trazer este trabalho a Paranaguá. Mesmo antes do lançamento nós já estávamos atendendo algumas vítimas com orientações e, além de atender medidas protetivas, queremos deixar as mulheres cientes dos direitos delas em procurar ajuda. A mulher muitas vezes está no círculo da violência e não consegue sair dele. Agradeço o apoio de todos porque sozinho ninguém trabalha. Juntos vamos atender as mulheres em situação de risco”, destacou. 

Secretário Municipal de Segurança, João Carlos Silva, ressaltou que medida vai inibir casos de violência contra a mulher 

O secretário municipal de Segurança, João Carlos da Silva, ressaltou que o projeto é uma das prioridades na questão da segurança. “Estamos acompanhando os casos de violência contra a mulher que aumentam de uma maneira absurda em Paranaguá como também no Brasil. Uma mulher é morta no País a cada sete horas. Nós temos que quebrar esse paradigma fazendo com que a mulher seja respeitada. Nós temos que tratar também o agressor para que a situação se modifique”, apontou. 

NUCRIA

A delegada do Nucria, Maria Nysa Moreira Nanni, enfatizou que o trabalho será intensificado

A delegada do Núcleo de Proteção à Criança e Adolescente de Paranaguá (Nucria), Maria Nysa Moreira Nanni, enfatizou que o trabalho será intensificado na cidade. “Esse trabalho é feito pelo serviço de atendimento especializado à mulher, que fica dentro do Nucria. Nós temos percebido que mesmo nos lugares onde há uma delegacia especializada, antes da existência das patrulhas Maria da Penha, havia uma dificuldade da Polícia Civil ter acesso às vítimas. Então é de extrema importância esse serviço que a prefeitura está organizando, porque são policiais e são os servidores que vão estar constantemente na rua.

Eles terão mais acesso às vítimas e às famílias do que uma delegacia especializada poderia ter. É um reforço imenso na proteção às vítimas e também na prevenção porque ainda que a mulher já tenha sofrido alguma violência ela tem recebido medida protetiva nada impede que ela volte a ser vítima. Por isso, a existência da patrulha é importante”, apontou. 

JUSTIÇA

A juíza Cíntia Graeff falou sobre dados alarmantes da violência contra a mulher

A Juíza da Primeira Vara Criminal de Paranaguá, Cíntia Graeff, enfatizou a necessidade de uma ação efetiva integrada para coibir os casos de violência contra a mulher. 

“A Patrulha Maria da Penha é uma ação integrada entre o Poder Judiciário, Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, prefeituras e guardas municipais. Gostaria de ressaltar isso pela importância da integração no atendimento porque de nada adianta que se concedam medidas protetivas se essas medidas não forem respeitadas. O que de fato acontece bastante, seja pela falta de informação, seja pelo medo, ou pela condição psicológica e, às vezes, financeira da mulher, sair desse ciclo de violência. As medidas de proteção são concedidas em até 48 horas após a chegada do pedido ao Poder Judiciário”, abordou.

A magistrada também falou sobre o feminicídio, que desde o início da Operação Verão no litoral paranaense já teve dois casos registrados. “O feminicídio é o resultado de uma sequência de violência muitas vezes de anos. Eu nunca vi e nunca tive notícia de uma vítima de feminicídio que tenha sido agredida naquele momento pela primeira vez. Isso não ocorre. A mulher que é vítima de feminicídio já foi vítima de opressão, de perseguição, de violência psicológica e violência física que acabou por ceifar sua vida. Infelizmente, o primeiro júri que eu realizei agora este ano de 2019 em Paranaguá foi de feminicídio de uma mulher que passou 17 anos junto com o seu assassino e passou 17 anos sendo agredida, isso se falou durante a sessão de julgamento pelas testemunhas do caso que, não por coincidência, foram seus próprios filhos e que relataram uma triste vida que passou aquela mulher com aquele homem que ela dizia tanto amar, mas que acabou a matando”, destacou.

PREVENÇÃO

“A forma de reduzir esse quadro é através desse trabalho preventivo, de conscientização e fiscalização que será realizado pela Patrulha Maria da Penha”, explanou a magistrada Cíntia Graeff.

NÚCLEO DE PREVENÇÃO

Helenize Zanon, do Núcleo Municipal de Prevenção à Violência, ressaltou a importância da implantação da Patrulha

A coordenadora do Núcleo Municipal Intersetorial de Prevenção à Violência, Promoção da Saúde e da Cultura da Paz, Helenize Zanon, também abordou a implantação da Patrulha. “Hoje podemos dar os parabéns à Márcia Garcia por estar no comando da Guarda. Isso é uma vitória muito grande para nós, mulheres, pois estamos preparadas para isso. Atualmente, estamos tendo um avanço neste sentido por causa da abertura proporcionada na atual administração para que possamos de uma forma ou outra trabalhar a prevenção. Temos que diminuir esse tipo de violência e um dos meios é conscientizar a mulher”, apontou.

PREFEITURA

Prefeito Marcelo Roque enfatizou que a questão da segurança é uma das prioridades

O prefeito Marcelo Roque finalizou a solenidade, enfatizando que a questão da segurança é uma das prioridades. “Quando estávamos em campanha em 2016, uma das ações anunciadas era a Patrulha Maria da Penha e hoje aqui se torna realidade.

Estamos tirando do papel essa patrulha tão importante no combate ao crime contra as mulheres. Nossa gestão é pautada na união, pois uma secretaria depende da outra. As gestões anteriores fracassaram justamente por causa da vaidade e falta de humildade, na briga pelo poder. Os bons resultados só são alcançados quando existe integração. E hoje aqui estamos mostrando mais uma vez a união com atenção redobrada em prol do respeito. Neste sentido vamos implantar uma casa que atenda as mulheres vítimas de violência. A Patrulha vai ser uma grande aliada nesse trabalho, pois vai atuar com medidas protetivas”, finalizou.   

LEGISLATIVO

Vereador Sargento Orlei falou em nome do Poder Legislativo

O vereador Sargento Orlei Corrêa, falou em nome do Poder Legislativo. “O primeiro passo no combate à violência contra a mulher está sendo feito aqui. Nós que trabalhamos com segurança pública sabemos da importância dessa iniciativa. Aqui está se criando a prática no combate, por isso reconhecemos a importância, pois é um assunto muito relevante”, ressaltou.  

 

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