Quando cultura e religiosidade se misturam

Junho é o mês de comemoração a três santos, Santo Antônio, no dia de hoje, São João (dia 24) e São Pedro (dia 29). Junto com as datas, os devotos têm nas tradicionais festas uma oportunidade para pedir, agradecer ou simplesmente festejar. Para muitos, os santos juninos são esquecidos em meio a tantas festas, mas para outros eles ainda carregam um significado especial devido às graças obtidas.

Santo Antônio, por exemplo, é um dos mais famosos por ser considerado o santo casamenteiro. Mas, ele também é protetor dos pobres e guardião dos enfermos. No Brasil, além de ser conhecido por promover casamentos, os devotos gostam de carregar a sua imagem para se sentirem protegidos. Algumas igrejas têm a tradição de distribuírem, nesta data, um pãozinho para que não falte alimento durante o ano.

 

 

Para a igreja, segundo o padre Eliel Venâncio, da Paróquia São João Batista, Santo Antônio foi um seguidor de São Francisco, que foi um grande anunciador da palavra de Deus. “Hoje é considerado um santo casamenteiro, mas podemos dizer que é o intercessor do casamento. A tradição que levou a isso”, explicou.

São João Batista aparece de duas formas nas imagens, segurando um cordeiro, que anuncia a vinda de Jesus, ou pregando no deserto. A fogueira montada nas festas juninas faz referência àquela feita pelos pais de João para comunicar o seu nascimento. “São João foi o último dos profetas e pode ser considerado o príncipe dos profetas”, afirmou o padre Eliel.

GUARDIÃO DO TEMPO

Já São Pedro é considerado o protetor dos pescadores. Popularmente é conhecido como o santo responsável pelo tempo e por ser o guardião da chuva. São Pedro carrega em suas mãos chaves que simbolizam a autoridade que recebeu de Jesus Cristo.

 

 

“No dia de São Pedro, se não for domingo, no domingo mais próximo celebramos também o dia de São Paulo. Neste dia, rezamos na igreja pelo papa, porque Pedro foi o primeiro papa da igreja. Se São João é o príncipe dos profetas, São Pedro é considerado o príncipe dos apóstolos”, evidenciou padre Eliel.

A menção aos santos nas festas juninas foi formando um pouco do que se conhece hoje como cultura brasileira. “Ao longo do tempo foram se formando alguns folclores em torno desses santos, com comidas típicas e tudo de forma bem cultural. A fé abraça a cultura e a cultura abraça também a fé”, concluiu padre Eliel.