Experimente fazer uma pesquisa entre as mulheres perguntando: Qual modelo de calcinha mais lhe agrada? A maioria responderá que é a de algodão, confortável e de preferência aquela com mais tempo de uso, pois o elástico não aperta.
Em contrapartida, ficou convencionado que, para a prática da sedução, esse modelo não é bem-vindo. Se for da cor “bege” (aquela que pode ser usada com qualquer roupa, mas não tem a preferência masculina), então, vade retro!
Para esse momento sublime é preciso usar uma calcinha que, de tão pequena, mais parece um tapa-olho de pirata. Gasta-se uma fortuna em meio centímetro de tecido rendado e, de preferência, com cores variadas. Na dúvida, seduza de lingerie preta, vermelha ou branca. Gosto unânime!
Funciona? Ô! E como! Mas o uso é incômodo.
Como aguentamos cera depilatória, salto alto, parto, TPM e marido com gripe, não será uma calcinha minúscula que tirará nosso olhar sedutor e provocativo.
O telefone toca. É a secretária do dermatologista oferecendo um horário mais cedo do que havia sido agendado. Você, que nem sequer lembrava que tinha médico agendado para hoje, voa para a clínica. Lá está você mostrando tranquilamente a mancha vermelha que tem na nuca e no braço. “Preciso examinar o corpo todo”. Você fica verde, vermelha, amarela… “Que calcinha estou usando?” Uma que de tanto uso já está desbotada. Daria qualquer coisa por uma porção de pó do pirlimpimpim que a fizesse sumir do raio de visão daquele médico.
Era um encontro de amigas. Na pauta: lingerie feminina. Uma delas mencionou que a avó a alertava para sempre avaliar a roupa de baixo e dizia: “Nunca se sabe se a cada amanhecer nos atravessará um amor ou o legista”. Um misto de esperança e morte. Trágico, eu diria, mas não deixa de ser um alerta sábio! Chegou a minha vez de opinar: “Falo nada, não; só escrevo. Meninas, leiam a próxima coluna no jornal!”
Num gesto de prontidão, elas sumiram da minha frente numa velocidade capaz de deixar Usain Bolt para trás.
Ossos do ofício, garotas. Preciso de um tema novo a cada quinze dias. Há vantagens e desvantagens em se ter uma amiga cronista.