Nas últimas semanas vivenciamos períodos de muita profundidade espiritual oportunizados pela Quaresma, Semana Santa e Páscoa. Fomos assim convidados a participar de um grande ciclo de reflexão, experiência de oração e renovação, numa conjuntura propositiva de fé, amor, esperança e sentido de vida. Na última coluna eu finalizei com a seguinte pergunta: Que tal ser feliz hoje? Trata-se assim de um convite para um ato de coragem, pois embora a proposta da felicidade pareça na primeira impressão algo simples, ao contrário do que parece, enseja um elevado grau de atitude e entrega. Tal condição se justifica principalmente pelas diversas e infinitas complexidades que a vida nos proporciona, numa simbologia de um extenso labirinto. Quero destacar a questão do “ato de coragem”, pois não há como falar de Quaresma, Semana Santa e Páscoa, sem relacionar a coragem. Nas palavras de São João Paulo II, “a Quaresma é período de penitência, de conversão, de mudança do coração, que se inspira em diversos motivos, mas sobretudo nasce da meditação da Paixão e da Morte de Jesus Cristo”. Na imagem da cruz visualizamos a essência da humanidade e também a transfiguração do percurso das nossas vidas. Uma experiência essencial e significativa para o encontro com o divino, com o próximo e acima de tudo, encontro consigo mesmo. Congrega-se assim um tempo precioso de regresso, descoberta e renascimento. Aliás, vinculado a esse apontamento, eu gostaria de compartilhar uma homília que me marcou muito, proferida pelo nosso grandioso Papa Francisco na quarta-feira de cinzas do ano de 2021, onde ele fala que “a viagem de regresso a Deus vê-se dificultada pelos nossos apegos doentios, impedida pelos laços sedutores dos vícios, pelas falsas seguranças do dinheiro e da ostentação, pela lamúria que paralisa”. Ele completa ainda afirmando que: “Para caminhar, é preciso desmascarar estas ilusões”. Torna-se assim crucial a importante compreensão de que precisamos viver as mensagens da Quaresma, Semana Santa e a Páscoa para além de um ciclo fechado e limitado, para além de um significado celestial subjetivo. É preciso contemplar o real, o nosso cotidiano, as nossas vidas, a transformação que nos faz renovados na caminhada diária. As cinzas na cabeça nos remetem que somos pó, porém sobre o nosso pó se consolida o sopro suave e generoso de Deus, que nos eleva à transcendência da vida. Ontem, hoje e amanhã a Páscoa, pois Deus no seu infinito amor nos dá a oportunidade de renascermos todos os dias.
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Welington Frandji é um administrador público, pedagogo, vereador, professor, coach, mentor e palestrante. Ele possui graduação em Administração, Comércio Exterior, Matemática e Pedagogia, além de ser mestrando em Educação Profissional pelo IFPR e várias pós-graduações em áreas como gestão de treinamento e desenvolvimento de pessoas, psicopedagogia, educação em direitos humanos, espiritualidade, aconselhamento e orientação espiritual. Também é ministro da Eucaristia e coordenador de liturgia no Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio, membro do Rotary Club de Paranaguá Rocio e tem mais de quinze anos de experiência como gestor de pessoas. Wellington já recebeu seis prêmios como Servidor Destaque da Prefeitura de Paranaguá e três prêmios como Melhor Vereador de Paranaguá. Suas palestras já impactaram mais de 3.000 pessoas.