Na semana passada vivenciamos uma reflexão muito pertinente a respeito do tempo e de sua vinculação direta com nossas vidas. Recebi muitas manifestações positivas sobre a temática e inclusive tive a oportunidade de aprofundar o diálogo com muitas pessoas, num aspecto de complemento da coluna. Terminei a coluna com o seguinte questionamento: afinal, o que você está fazendo com o seu tempo? Entendo que a pergunta proposta trouxe de fato um estímulo para os leitores. Eu sempre comento que diante dos atropelos em nosso cotidiano, muitas vezes desperdiçamos oportunidades valiosas de nos questionarmos mais sobre as nossas vidas, trata-se de uma valorização e de um processo de autoavaliação tão necessário para a nossa evolução, que inclusive também já foi tema de uma das nossas colunas anteriormente.
Algumas pessoas mencionaram um trecho muito lindo da Sagrada Escritura, especificamente do livro de Eclesiastes, Capítulo 3, que trata da visão de Deus sobre o tempo. O trecho nos fala que “Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu”. E nesse sentido existirá o tempo de nascer e tempo de partir; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Tempo de demolir e tempo de construir. Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de paralisar e tempo de dançar. Tempo de soltar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de apartar-se. Tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora. Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar. Tempo de guerra e tempo de paz. Tempo de amar, tempo de curar.
Percebam que o trecho apresentado nos remete a uma dimensão muito profunda das nossas vidas, convergindo para a totalidade da nossa existência e nos permitindo de certa forma a um regresso na nossa caminhada, com tantas experiências vivenciadas e encontros.
Em uma das suas frases clássicas, o eterno e genial Charles Chaplin enfatiza que o tempo é o melhor autor e sempre encontra um final perfeito. E de certa forma é o que sempre estamos buscando: um final feliz.
Mas talvez um dos nossos grandes erros está exatamente em pensar somente no “final” e esquecer que para chegar no final é obrigatório percorrer o caminho e viver o “durante”.
Sempre estamos afoitos, ansiosos, desesperados, pensando lá adiante, lá na frente, numa incontrolável mutação. Vamos incorporando de forma imperceptível um grau elevado de cansaço e esgotamento.
E assim apresento o nosso grande desafio: compreender que só terá valor em nossa história de vida, o que vivemos em plenitude, os momentos que não deixamos o tempo levar e apagar. Tudo tem um propósito e tudo tem o seu tempo certo!