Como de costume, cheguei cedo no Estádio Couto Pereira. Ao lado da estátua do Krüger fiz um lanche no trailer, bolinho de carne com pão e cheiro-verde, uma maravilha. Os torcedores chegavam e iam orar e acender velas na estátua quase santificada. Sentimentos de respeito paz e alegria começavam a tomar conta daquele canto de Curitiba. Subi a cabine da rádio Cidade, onde o técnico de som Caetano, velho e querido amigo, preparava com carinho e conhecimento os detalhes finais da transmissão. O estádio começava a encher, funcionários do Coritiba ultimavam os detalhes da homenagem. Todos, sem exceção, estavam imbuídos de fazer o melhor que poderiam, nada daria errado e de fato não deu. Tudo foi feito com amor e o amor vence todas as dificuldades. Funcionários do Coritiba, torcedores, profissionais da imprensa, profissionais contratados, todos tinham um só pensamento, fazer daquela noite uma noite inesquecível, e assim foi feito. Eu vi, ninguém me contou. Obrigado, Krüger, pelos gols, pelo trabalho qualificado, pelo amor à família e ao clube, pela amizade de muitos anos. Ao Coritiba seu presidente Samir Namur sua diretoria e sua torcida meus parabéns.
O JOGO
Não pensem que esqueci do jogo Coritiba 2 X 0 Ponte Preta, afinal fui lá para comentar a estreia coxa-branca na série B deste ano. Começaram correndo mais do que jogando, principalmente o Coritiba, Rodrigão, como sempre, fez a diferença com dois gols. Lá atrás o goleiro Wilson pegou tudo e mais um pouco. Alan Costa, Romercio e Vitor Carvalho jogaram muito, e Patrick foi o craque do jogo. A Ponte atuou bem, vai tirar pontos de muita gente boa. A torcida foi fantástica, apoiou como nunca o seu Coritiba. O espírito do Krüger esteve presente o tempo inteiro, afinal a noite era uma homenagem ao Flecha Loira, um vencedor.
DIA DO TRABALHADOR
A luta vem de longe Chicago Maio 1886 com manifestações e mortes de ambos lados. Depois ganhou a Europa, Internacional Socialista na França e União Soviética, chegou a Londres e se espalhou pela América do Sul. No Brasil, tivemos greve em 1917, o presidente Artur Bernardes fez alguma coisa em 1925 e finalmente Getulio Vargas em 1943 reconheceu e decretou direitos aos trabalhadores. Antes disto, trabalhávamos cerca de 15 horas por dia, sem direito a descanso, de segunda à segunda, e normalmente sem salários, somente pela comida, em alguns casos também pouso. Hoje patrão e empregado reconhecem direitos e obrigações, existem ainda abusos de ambos os lados, porém nada comparado ao passado. O respeito recíproco e o sentimento que um precisa do outro abrem caminho para tempos melhores. Que assim seja!