conecte-se conosco

Semeando Esperança

Caminhar na esperança

Publicado

em

O sétimo Domingo da Páscoa, no Brasil, cede lugar à grande festa da Ascensão do Senhor aos Céus. Isso não indica o seu distanciamento da humanidade, mas, sim, uma garantia permanente de sua presença: “E eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20). Presença que dá sentido e eficácia à missão de a Igreja ir às nações todas e pregar o Evangelho, até que o Senhor venha em glória e se dê o final dos tempos, e todas as coisas sejam renovadas. Então, podemos sonhar com algo novo para a humanidade, se vemos cada dia crescer a fome e a violência? Passados dois mil anos de história de fidelidade e, infelizmente, de não poucas infidelidades, podemos falar de futuro para a Igreja? 

O Evangelho deste domingo – Marcos 16,15-20 – alimentou a fé dos seguidores e das seguidoras de Jesus ao longo desses 20 séculos. Após sua morte e sepultura, Jesus ressuscitou e se mostrou vivo a Maria Madalena e a outros discípulos, antes de sua glorificação nos Céus, junto do Pai. E os apóstolos saíram a pregar, na força do Espírito Santo. E ele mesmo, Jesus Cristo, confirmava – e continua a confirmar ainda hoje – o anúncio da Palavra: os Apóstolos “saíram a pregar por toda parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam” (16,20). O primeiro e grandioso sinal é a conversão, isto é, o arrependimento que leva à mudança de vida: depois que aqueles que se reuniram para ouvir a pregação de Pedro, quando veio o Espírito Santo, em Pentecostes, “sentiram o coração traspassado e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: ‘Irmãos, que devemos fazer?’ Respondeu-lhes Pedro: ‘Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados. Então recebereis o dom do Espírito Santo’… Aqueles, pois, que acolheram sua palavra, fizeram-se batizar” (At 2, 37-41).

“Agindo com eles o Senhor”. Não estamos sós e, por isso, podemos ter confiança na humanidade e na Igreja, pois incessantemente procuramos, mesmo que por caminhos diferentes, um mundo mais humano. Confiamos que a humanidade, ainda que sem o saber, vai abrindo caminhos para que o Reino de Deus possa avançar e crescer. Confiamos igualmente que a Igreja, com atrasos e resistências, erros e fragilidades, busca ser fiel ao Evangelho. Se em nossos dias há fome e violência, há também uma crescente consciência de que é possível tornar o mundo mais humano. E se milhões de pessoas se apresentem sem nenhuma religião, elas continuam a acreditar em uma vida mais digna e justa para todos. Isso não é sinal de esperança?

Confiamos e, por isso, cremos na urgência de curar aquelas feridas que em nós e na humanidade ofuscam e adoecem a esperança: o desencanto e o pessimismo, o fatalismo e a resignação. Elas nos tornam incapazes de transformar a vida social e de renovar a Igreja. 

Certamente tem razão o filósofo ao afirmar que “a esperança só é merecida por aqueles que caminham” (Herbert Marcuse). Podemos também dizer, por causa da fé cristã que professamos, que iremos merecer a esperança caminhando nos passos de Jesus, assumindo o seu estilo de vida.

Confiemos e “não deixemos que nos roubem a esperança” (Francisco).

Publicidade






Em alta

plugins premium WordPress