É uma imensa alegria escrever sobre a Teresa Urban. Curitibana nascida em 26 de março de 1946, formou-se em Jornalismo no ano de 1967 pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Militou quando acadêmica na Organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop), participando de diversas manifestações estudantis de combate ao regime militar. Foi presa, torturada e exilada no Chile, no início dos anos 1970.Trabalhou no jornal “A Voz do Paraná”, da Arquidiocese de Curitiba e também em sucursais dos jornais “O Estado de S. Paulo” e “O Globo”, assim como na revista “Veja”. Como sempre se posicionou contrária ao golpe militar tinha sempre teve dificuldade de conseguir emprego mesmo sendo uma excelente jornalista. Escreveu 27 livros, com ênfase em ambientalismo, direitos humanos, política e até ficção sendo “Boias-frias: Vista Parcial”, lançado em 1984, o primeiro.
Fui apresentado para Teresa por dois amigos, o Paulo Salamuni e o Maurício Savi. Ao conhecer ela, gostava de ficar ouvindo a sua opinião sobre tudo. Quando em 2012 houve a alteração do Código Florestal, lá estava ela aguerrida comandando um grupo de jovens ambientalistas debatendo o tema. Foram mais algumas de suas várias sementes deixadas no nosso planeta.
Em dezembro de 2016 coube ao então prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, assinar a criação da Estação Ecológica Campos Naturais de Curitiba – Teresa Urban na região sul da cidade. Esta área contém remanescentes exclusivos de habitat campos naturais dentro do município. Foi uma justa e bela homenagem para quem dedicou a vida à natureza.
A nossa guerreira nos deixou em 2013. Para mim ficará a lembrança de um evento que realizamos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba. Após a sua fala, já na saída, Teresa me pergunta se ela tinha se saído bem na explanação. Eu não hesitei em dizer: “Teresa, quem sou eu para avaliar isso. Você é a nossa professora e estar perto de você é uma honra”. Foi a última vez que a vi. Hoje tenho a convicção de que todo ambientalista carrega um pouco dela consigo. Teresa, presente!