Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que cerca de quatro em cada dez empresas que estavam em funcionamento na primeira quinzena de julho sofreram algum tipo de prejuízo decorrente da pandemia do Coronavírus. De acordo com a pesquisa, 2,8 milhões de empresas estavam em funcionamento na primeira quinzena de julho. Destas, 44,8% relataram sofrer efeitos negativos em função do contexto de isolamento social. Para 28,2% delas os efeitos foram pequenos ou inexistentes, enquanto 27% disseram que a pandemia provocou efeitos positivos nos negócios. Segundo o IBGE, regionalmente, foi no Centro-Oeste que as empresas perceberam o maior impacto negativo, atingindo 51% dela. Na sequência estão as regiões Norte (48,1%) e Sul (47,2%).
Caminhão elétrico
A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou que iniciou a produção de forma experimental do e-Delivery, o primeiro caminhão elétrico criado no Brasil e com produção local confirmada. Por enquanto, a produção será em uma área da unidade de Resende (RJ) chamada de “fábrica laboratório”. Essas unidades não serão comercializadas. O objetivo é realizar os ajustes necessários nos processos e na linha de produção definitiva do caminhão. O primeiro veículo que sair da fábrica laboratório será usado para treinamento dos operadores do consórcio modular, uma espécie de parque de fornecedores dentro da própria unidade de Resende. Por ser um veículo elétrico, o e-Delivery também exige um processo maior de treinamento de funcionários, operadores e concessionários. Até por isso, os testes vão continuar em laboratórios espalhados pelo país e no campo de provas da Volkswagen.
Alta no Porto de Paranaguá
O indicador da soja Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá teve forte avanço de quase 2,0%, renovou o recorde histórico e ficou cotado a R$ 129,67 a saca. No mês de agosto, o indicador já alcança uma alta de quase 9,0%. Além dos portos de Paranaguá e Rio Grande (RS), a consultoria Safras & Mercado já registra preços em R$ 130 também em Passo Fundo (RS). As exportações de soja chegaram a 3,5 milhões de toneladas nas duas primeiras semanas de agosto, uma média diária de 350,18 mil toneladas, em alta anual de quase 54%. O relatório do USDA sobre condições das lavouras de soja nos EUA trouxe números dentro do esperado pelo mercado, de acordo com a agência Safras.
R$ 60 por saca
Os preços do milho subiram nos portos e em boa parte das praças nesta terça-feira, 18, de acordo com a consultoria Safras. A oferta limitada segue garantindo sustentação às cotações no mercado doméstico, em plena colheita da segunda safra. No Porto de Santos (SP), o preço ficou em R$ 59,50/60,50 a saca. No Porto de Paranaguá, preço em R$ 58/60 a saca. Em Cascavel, a cotação ficou em R$ 52,50/54 a saca. Na Mogiana (SP), preço de R$ 56/58. Em Campinas (SP) CIF, preço de R$ 58,50/60 a saca. Em Erechim (RS), preço ficou em R$ 56,50/58 a saca. Em Uberlândia (MG), preço em R$ 54/55 a saca. Em Rio Verde (GO) CIF, preço esteve
em R$ 48,50/50 a saca. Em Rondonópolis (MT), preço ficou a R$ 47/49 a saca.
Pequenas e microempresas
O Ministério da Economia prorrogou por mais três meses o prazo para formalização de operações de crédito Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). O prazo final para aderir ao programa, que oferece ajuda financeira a micro e pequenas empresas durante a pandemia, terminaria no dia 19 de agosto. A prorrogação foi publicada na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União). A prorrogação ocorre após autorização do Congresso para que a União efetive um aporte adicional de R$ 12 bilhões no FGO (Fundo de Garantia de Operações), destinados a concessão de garantias no programa. O programa foi criado no início de abril e disponibilizou, inicialmente, R$ 18,7 bilhões de ajuda a essas empresas.
Economia em contração
A economia brasileira registrou uma retração recorde de 8,7% no segundo trimestre, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados do Monitor do PIB-FGV, divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na última terça-feira, 18. Se a retração do PIB se confirmar no segundo trimestre deste ano, o Brasil terá entrado oficialmente em “recessão técnica”, ou seja, recuo do nível de atividade por dois trimestres consecutivos. O resultado da economia no 2º trimestre foi o pior já vivenciado pelo país desde 1980. Apesar do fraco resultado trimestral, o Monitor do PIB aponta crescimento de 4,2% em junho, na comparação com maio.
Boi padrão China
O pecuarista brasileiro está com motivos para comemorar no primeiro trimestre de agosto. Mesmo com a melhora na oferta, os animais padrão China estão sendo negociados, em média, a R$ 230 a arroba, enquanto o boi comum está a R$ 225. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Iglesias, muitos fatores explicam esse preço elevado por tanto tempo. “A primeira quinzena de agosto foi muito positiva para a pecuária de corte. A demanda adicional do dia dos pais promoveu muita venda no varejo, o que acabou favorecendo a reposição entre atacado e varejo, e valorizou a carne de maneira bastante expressiva. Outro fator que não podemos deixar de considerar são as exportações que seguem elevadas, com a China absorvendo um volume muito expressivo da carne bovina brasileira”, disse. Segundo o analista, o apetite chinês, aliado à desvalorização do real e à retomada econômica podem propiciar uma arroba cotada a R$ 240 até o fim do ano.
Frigoríficos
A Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) informou ontem que Nova Zelândia, Canadá e Reino Unido suspenderam voluntariamente as exportações de três frigoríficos — cada país suspendeu as vendas de uma unidade. Atendendo a um pedido das autoridades chinesas, diversos países vêm suspendendo nos últimos meses as exportações de carnes de abatedouros com surtos de covid-19 entre funcionários. Embora não existam evidências científicas de que o consumo de alimentos possa transmitir a doença, a detecção de traços do vírus em embalagens de carnes e peixes importados aumentou o alerta em Pequim e suscitou o pedido para que os países exportadores “auto-embarguem” os frigoríficos com surtos.
Argentina exporta
Cinco frigoríficos argentinos que tiveram casos de covid-19 entre funcionários e que chegaram a ter as vendas à China suspensas voluntariamente poderão voltar a exportar para o país asiático com uma “declaração adicional” garantindo serem plantas livres da doença. A garantia adicional, que foi oficializada ontem no site da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), ocorre em meio aos esforços de Pequim para evitar a introdução do covid-19 em seu território a partir das importações de alimentos. A detecção, na semana passada, de traços de covid-19 em um lote de asas de frango vindo do Brasil aumentou o rigor de autoridades municipais da província de Guangdong. A China tem o claro objetivo de impor “risco zero” às importações de alimentos, em meio ao pavor em relação ao vírus.
Oferta de alimentos
A China deverá atingir uma lacuna de cerca de 130 milhões de toneladas na oferta de alimentos até o final de 2025, à medida que a população urbana segue aumentando e a mão de obra rural envelhece, segundo a imprensa estatal na última segunda-feira, 17, citando o relatório de um think tank governamental. Com a população rural diminuindo e os agricultores enfrentando dificuldades para aumentar seus lucros, Pequim deve tratar a segurança alimentar como uma grande prioridade, segundo o Instituto de Desenvolvimento Rural da Academia de Ciências Sociais da China. Dentro de cinco anos, a proporção da população que vive em áreas urbanas deve atingir 65,5% do total da China, ante 60,6% ao final do ano passado, com cerca de 80 milhões de habitantes rurais se mudando para as cidades.
Coluna publicada simultaneamente em 20 jornais e portais associados.
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